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Proteção de fronteiras externas e imigração ilegal

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A gestão dos fluxos migratórios é um dos desafios mais complexos dos nossos tempos, mas não devemos fazer concessões aos populismos e a políticas securitárias, onde a empatia e o respeito pela dignidade humana está ausente, como vimos no vídeo horrível que aqui foi mostrado para propaganda interna e como tem sido a prática da Hungria relativamente aos migrantes.

Sei do que falo, porque visitei o centro de detenção de Roszke e também percebi como na Hungria uma coisa é o que dizem as autoridades húngaras e outra é a realidade quanto ao respeito dos direitos humanos dos migrantes.

Os direitos humanos, o humanismo e a solidariedade estão na base da nossa identidade comum construída desde o início da criação deste extraordinário projeto que é a União Europeia.

Por isso, é tão fundamental defender as nossas fronteiras externas, combater os traficantes de migrantes e criar vias legais para a imigração, como defender os nossos valores comuns. Se não o fizermos, estaremos a destruir a nossa identidade e a verdadeira natureza da União Europeia.

Neste contexto, gostaria de perguntar à presidência húngara da União Europeia o que quer dizer quando afirma no seu programa que vai encontrar soluções inovadoras para as regras sobre asilo, e se elas respeitarão os direitos humanos e a dignidade humana. 

E, uma vez que a Hungria apenas admitiu 45 pedidos de asilo no ano passado, o número mais baixo na União Europeia, como irá o país demonstrar a sua solidariedade para com os restantes membros da União Europeia.

Paulo Pisco

(Intervenção na Conferência Interparlamentar sobre Política Externa e Segurança da União Europeia. Painel sobre “Proteção de Fronteiras Externas e Imigração Ilegal”. Budapeste)

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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