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Projeto de ‘cohousing’ para seniores ativos no Porto

 Dois projetos-piloto de ‘cohousing’, espécie de cooperativa de habitação, destinados a seniores ativos do Porto vão ser criados através de um “protocolo de cooperação” que a Misericórdia do Porto vai assinar este mês com a associação Hac.Ora.

“Tudo aponta que vamos poder fazer este mês de abril o protocolo de cooperação entre as duas entidades no sentido de começar a desenvolver os primeiros projetos [de ‘cohousing’] e que queremos lançar no mais curto espaço de tempo, ainda este ano”, afirmou António Tavares, provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto (SCMP).

O provedor, em entrevista à Lusa, estimou que os projetos de ‘cohousing’ possam estar edificados em 2021, possibilitando a cerca de 40 fogos T1.

O ‘cohousing’ inspira-se num modelo da Escandinávia de habitação multifamiliar e remete para o espírito das repúblicas de estudantes universitários ou o modelo dos bairros das cooperativas de habitação que surgiram no pós-revolução de 25 de abril.

Um dos projetos-piloto de ‘cohousing’ é para construir de raiz na zona das Antas, na rua Álvares Cabral, frente ao Centro Hospitalar Conde Ferreira, e vai ser composto por “30 T1”, o equivalente a 30 fogos, estimaram à Lusa os dois envolvidos na obra, que são o provedor da Santa Casa e o presidente da associação sem fins lucrativos e fundada em maio de 2018 Hac.Ora Portugal Senior Cohousing Association, Nuno Cardoso.

O segundo projeto de ‘cohousing’ está programado para avançar na zona do Bonfim, com a reabilitação de uma habitação da Santa Casa da Misericórdia, e deverá servir para construir entre “10 a 12 T1, no máximo”, o que somando os outros 30 fogos, totaliza cerca de 40 novos fogos na cidade para seniores ativos, resumiu António Tavares, referindo que o prazo para a edificação do projeto no Bonfim também é 2021.

Segundo Nuno Cardoso, os dois projetos-piloto vão ter as “características básicas” do modelo de ‘cohousing’, ou seja, uma sala de convívio e de refeição comum aos moradores da cooperativa habitacional, bem com uma cozinha comunitária e uma lavandaria.

“Depois cada grupo de moradores é que vai ajudar a definir outros espaços”, acrescentou Nuno Cardoso, lembrando que este modelo é “uma forma de viver na cidade de forma mais económica” e “amiga do ambiente” e que os candidatos vão ser selecionados no âmbito de um concurso.

Sala de cinema, biblioteca, espaço para bricolage e jardinagem são outras possibilidades no ‘cohousing’, acrescentou Nuno Cardoso, sublinhando que o importante é que seja um lugar de “grande liberdade” para os seniores ativos.

António Tavares explicou que o “conceito novo” é destinado a pessoas que tenham a “capacidade de conviver no mesmo espaço” e que exige alguma “capacidade cultural de adaptação”, porque os moradores vão ser “completamente autónomos” e “autossustentáveis”.

A SCMP vai ser a promotora dos projetos e responsável pelo arrendamento dos imóveis.

Segundo Nuno Cardoso, a associação Hac.Ora entra no processo como “facilitadora” e “interlocutora” para “resolver os problemas jurídicos, ou outros que se coloquem no processo”, com o objetivo de que os processos “sejam mais rápidos”, designadamente através da sensibilização dos “poderes públicos”.

O presidente da associação entende que o processo de financiamento do ‘cohousing’ deveria assemelhar-se ao que é já praticado em Barcelona (Espanha), onde são constituídas cooperativas como o “grande garante do financiamento” para conseguir requerer créditos bancários com mais confiantes.

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