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Procuradoria brasileira acusa: Bolsonaro pode ser autor intelectual das invasões

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A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro que investigue o ex-presidente Jair Bolsonaro como autor intelectual e instigador dos ataques feito por extremistas aos três poderes, em Brasília, no domingo.

“A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a inclusão de representação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro no Inquérito 4.921, que apura a instigação e autoria intelectual dos atos antidemocráticos que resultaram em episódios de vandalismo e violência em Brasília no último domingo”, lê-se num comunicado divulgado na página do Ministério Público Federal.

Os membros do Ministério Público Federal indicam que ao partilhar o vídeo nas suas redes sociais  “no dia 10 de janeiro questionando a regularidade das eleições presidenciais de 2022, Bolsonaro teria feito incitação pública à prática de crime.

Bolsonaro apagou o vídeo no dia seguinte, na quarta-feira.

Na mesma nota, coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, disse que, na sua opinião, embora o vídeo partilhado tenha sido dois dias depois dos ataques dos extremistas ao coração da democracia brasileira, “as condutas apontadas devem ser investigadas”.

 “Não se nega a existência de conexão probatória entre os fatos contidos na representação e o objeto deste inquérito, mais amplo em extensão. Por tal motivo, justifica-se a apuração global dos atos praticados antes e depois de 08 de janeiro de 2023 pelo representado”, afirmou, pedindo ainda à empresa Meta, que gere o Facebook e o Instagram, que preserve “o vídeo postado e apagado no perfil do ex-presidente na rede social Facebook”.

O Ministério Público recorda ainda que já requereu sete inquéritos ao Supremo Tribunal Federal para apurar as responsabilidades pelos ataques e atos de violência. “As apurações estão divididas em núcleos que buscam identificar executores, financiadores, autores intelectuais e instigadores e autoridades públicas envolvidas”, lê-se.

A polícia brasileira identificou, interrogou e prendeu 1.159 ‘bolsonaristas’ envolvidos nas invasões e vandalização das sedes dos três poderes em Brasília, ocorridas no último domingo, segundo um balanço da Polícia Federal.

“Ao todo, 1.843 pessoas foram conduzidas pela Polícia Militar do Distrito Federal para a Academia Nacional de Polícia. Todos os detidos foram identificados pela Polícia Federal e irão responder, na medida de suas responsabilidades, por crimes de terrorismo, associação criminosa, atentado contra o Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, perseguição, incitação ao crime, entre outros”, refere a Polícia Federal.

A Advocacia-Geral da União (AGU) do Brasil pediu aos tribunais o bloqueio de 1,1 milhões de euros em bens pertencentes a 52 pessoas e sete empresas que alegadamente financiaram o assalto, no domingo, aos três poderes em Brasília.

Os ataques culminaram uma escalada de ataques dos ‘bolsonaristas’ radicais contra a democracia, que desde o dia seguinte às eleições iniciaram mobilizações para incentivar um golpe contra Lula da Silva.

Antes dos ataques às sedes dos três poderes, os radicais de extrema-direita bloquearam estradas, invadiram uma delegacia de Brasília em meados de dezembro e, dias depois, terão deixado um artefacto explosivo próximo ao aeroporto da capital, que foi desativado pela polícia. 

No domingo, apoiantes do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro invadiram e vandalizaram as sedes do Supremo Tribunal Federal, do Congresso e do Palácio do Planalto, em Brasília, obrigando à intervenção policial para repor a ordem e suscitando a condenação da comunidade internacional.

A invasão começou depois de militantes da extrema-direita brasileira que apoiam o anterior presidente, derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de outubro passado, terem convocado um protesto para a Esplanada dos Ministérios, na capital brasileira.

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