Português no banco BIL do Luxemburgo representou políticos portugueses
Ex-ministros e políticos portugueses podem estar envolvidos no escândalo “Papéis do Panamá”, segundo a investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas, noticiou hoje a TVI, que faz parte daquela associação.
Segundo avançou a TVI, no Jornal nacional, os ex-ministros e políticos foram representados por um português, Jorge Humberto Cunha Ferreira, gestor de fortunas do Banco Internacional do Luxemburgo (BIL).
Jorge Humberto Cunha Ferreira, cliente número 37.356 da Mossak Fonseca, representava “Pessoas Politicamente Expostas” de Portugal, África e América Latina.
“Alguns dos clientes do nosso contacto em Portugal são ex-ministros e ou políticos, portanto, irão aparecer como Pessoas Politicamente Expostas nos processos de devida diligência”, referem os documentos citados pela TVI.
O português representará também um “Presidente”, mas não é clara a nacionalidade do chefe de Estado, que desejava investir em “10 a 15 empresas panamianas com contas bancárias no Panamá”, noticia a TVI.
A TVI remete mais informações sobre o assunto para sábado.
Na terça-feira, o jornal Irish Times noticiou que o envolvimento de Portugal no escândalo está quantificado, por enquanto, em 34 pessoas.
Este meio irlandês especificou que, a par destes beneficiários do esquema de fuga ao fisco, existem 244 empresas, com 255 acionistas.
Uma investigação realizada por uma centena de jornais em todo o mundo sobre 11,5 milhões de documentos revelou bens em paraísos fiscais de 140 responsáveis políticos ou personalidades públicas.
O conjunto de documentos, denominados “Papéis do Panamá”, provém da empresa de advogados panamiana Mossack Fonseca.
Segundo o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, que reuniu para este trabalho 370 jornalistas de mais de 70 países, mais de 214.000 entidades ‘offshore’ estão envolvidas em operações financeiras em mais de 200 países e territórios em todo o mundo.
A informação está disponibilizada num mapa-mundo, no sítio deste jornal, em http://www.irishtimes.com/business/panama-papers.
A maior investigação jornalística da história, divulgada na noite de domingo, envolve o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla inglesa), com sede em Washington, e destaca os nomes de 140 políticos de todo o mundo, entre eles 12 antigos e atuais líderes mundiais.
A investigação resulta de uma fuga de informação e juntou cerca de 11,5 milhões de documentos ligados a quase quatro décadas de atividade da empresa panamiana Mossack Fonseca, especializada na gestão de capitais e de património, com informações sobre mais de 214 mil empresas “offshore” em mais de 200 países e territórios.
A partir dos Papéis do Panamá (Panama Papers, em inglês) como já são conhecidos, a investigação refere que milhares de empresas foram criadas em “offshores” e paraísos fiscais para centenas de pessoas administrarem o seu património, entre eles rei da Arábia Saudita, elementos próximos do Presidente russo Vladimir Putin, o presidente da UEFA, Michel Platini, e a irmã do rei Juan Carlos e tia do rei Felipe VI de Espanha, Pilar de Borbón.
O semanário Expresso e o canal de televisão TVI estão a participar nesta investigação em Portugal.