De que está à procura ?

Comunidades

Portugal retoma projeto de espaço consular e cultural em Cabo Verde

© DR

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo, anunciou esta sexta-feira no Mindelo a retoma do projeto para novas instalações da estrutura consular e cultural de Portugal na ilha cabo-verdiana de São Vicente.

“Aqui Portugal tem um escritório consular, mas temos também este polo do Centro Cultural Português. Nós queremos que haja um novo espaço, que haja a possibilidade – e há aqui as conversações que tive com o senhor Presidente da Câmara [de São Vicente] – de avançarmos com um projeto antigo, mas que nunca se concretizou, de um novo espaço físico que possa não só ser digno desta relação que temos com Cabo Verde, mas também digno para uma cidade como Mindelo, que é a capital cultural deste país”, anunciou Cafôfo, em declarações à Lusa.

“E, portanto, nós queremos que esse projeto que tem tido algumas dificuldades, possa agora com a mesma vontade que nós viemos cá e desta minha vontade, desta minha visita, essa vontade possa ter como consequência o arranque de um investimento que é muito importante que Portugal quer fazer e que Cabo Verde merece”, acrescentou, durante a visita ao polo do Mindelo do Centro Cultural Português, ilha de São Vicente.

O governante português iniciou a visita a Cabo Verde na quarta-feira com a inauguração das novas instalações do Centro Comum de Vistos, da Praia, gerido por Portugal e que emite vistos de curta duração para o espaço Schengen em representação de 19 países europeus, obra que implicou um investimento de cerca de 600 mil euros para melhorar o nível do serviço prestado.

“Nesse aspeto, seja da questão consular, nas relações institucionais ou nas questões culturais, eu diria que esta minha visita foi uma visita muito bem-sucedida”, afirmou ainda.

“Uma relação de amizade e de cumplicidade que tem no povo português e no povo cabo-verdiano o alimento desta boa relação institucional. E a minha visita aqui ficou claramente marcada pela inauguração do centro de vistos: Novas instalações com novos equipamentos e mais funcionários”, reconheceu.

O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, anunciou na quinta-feira, após receber o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, a criação de um grupo de trabalho conjunto com o Governo português para coordenar a partilha da experiência dos dois países no âmbito das respetivas diásporas.

“Decidimos a criação de um grupo de trabalho conjunto de articulação, de coordenação e de partilha de experiências que ambos os países têm no âmbito da sua diáspora, considerado um ativo estratégico tanto para Cabo Verde como para Portugal”, anunciou Ulisses Correia e Silva.

“Ambos os países têm diásporas grandes e, portanto, sendo nós, Portugal e Cabo Verde, países com grandes diásporas, temos de partilhar experiências e políticas públicas que são definidas para essas diásporas”, reconheceu hoje Paulo Cafôfo.

De acordo com o governante português, este grupo de trabalho, que junta o gabinete do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas e o Ministério das Comunidades de Cabo Verde, vai reunir-se ainda este mês.

“Vai possibilitar que esta partilha de experiências possa servir para melhorarmos as políticas que temos precisamente para as nossas comunidades. Seja a nível dos investimentos da diáspora, ou seja, a criação de condições para que quem está fora dos nossos países tenha condições de investir na sua terra”, explicou.

“Questões ligadas também ao mapeamento da diáspora e da metodologia e da conceção de mapeamento da diáspora, mas também aspetos de apoio às associações, ao desenvolvimento cultural, mas também ao apoio social”, garantiu.

Trata-se igualmente, sublinhou Paulo Cafôfo, de uma forma “de reforçar uma relação entre os países”, que é já “excelente”.

De acordo com informação do ministro das Comunidades de Cabo Verde, Jorge Santos, residem na Europa quase meio milhão de cabo-verdianos, com dupla nacionalidade, descendentes e de várias gerações, dos quais 360 mil em Portugal.

Cabo Verde vai mapear e contar até 2026 a comunidade emigrada para potenciar a atração de investimento e competências para o arquipélago, conforme resolução aprovada pelo Governo no final de março.

TÓPICOS

Siga-nos e receba as notícias do BOM DIA