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Pedro Reis: diáspora pode ajudar internacionalização das empresas portuguesas

© Luís Cruz / BOM DIA

No discurso de abertura do evento Millennium Portugal Exportador, o governante responsável pela pasta da Economia insistiu na importância para as empresas portuguesas de procuraram o “caminho da internacionalização”, acrescentando que a diáspora pode e deve ser um elemento sobre o qual as empresas portuguesas se podem apoiar.

Pedro Reis disse que preferia “não ter conflitos e que a economia internacional estivesse a crescer mais rapidamente”, mas vê na instabilidade europeia, nomeadamente em países como França e Alemanha, “um espaço de rearrumação de investimento e de novos clusters que abre oportunidades a Portugal, que é visto como fiável, competente, ágil, seguro, com boas cadeias de valor e [que está] dentro da Europa, mas com acesso a África e à América Latina”.

“Tendo ganho nós um horizonte de estabilidade política, acreditamos que nos próximos anos podemos construir um crescimento mais sustentável e acelerar mais as nossas metas”, perspetivou o ministro da Economia na mesma conferência em que o secretário de Estado do Orçamento, José Maria Brandão de Brito, referiu que a “sobriedade financeira é um ativo nacional” face às “ameaças” na Europa.CEO do BCP pede às exportadoras para reforçarem “cooperação”.

O governante frisou que “sem anular os desafios grandes que existem neste momento no mundo, na economia europeia e nos nossos principais parceiros– temos de ter isso bem claro e realisticamente -, os ecossistemas tradicionais da economia portuguesa reinventaram-se e há (…) empresas de serviços e industriais que estão na linha de ponta de novos setores e que arrastam o crescimento, como defesa, aeronáutica, mobilidade, energia verde e mar”.

“A nossa perceção é que, exatamente porque o mundo está volátil e porque há exigências e desafios fortes e estruturais, de dimensão e características variadas, felizmente a nossa economia confronta-se desta vez com alguns elementos bem diferentes do que há dez anos”, quando Pedro Reis era presidente da AICEP.

Quais são essas novas condições? “Hoje temos uma economia muito mais internacionalizada, (…) mais empresas exportadoras e com mais tecnologia integrada, com mais valor acrescentado nacional e intensidade tecnológica, temos mais qualidade de gestão e as empresas estão a funcionar mais em rede, temos investimento externo a continuar a entrar pela economia portuguesa adentro, temos um braço e canais mais fortes de capital de risco mais robusto, e temos uma banca incomparavelmente melhor e preparada e capitalizada e racional no apoio às empresas”, elencou.

Luís Cruz / BOM DIA

O ministro da Economia garantiu ainda que o Governo está “a acompanhar com o máximo de atenção” as situações de `lay-off`, nomeadamente em empresas de componentes automóveis, mas afirmou não ter “nenhuma evidência” de uma “onda de falências”.

“Estamos a acompanhar com o máximo de atenção e devo dizer que isso sente-se um pouco por toda a Europa. Ou seja, a perceção de que há um abrandamento nos mercados mais fortes europeus, nomeadamente as duas locomotivas – França e Alemanha — e, ao mesmo tempo, de que há setores que estão a compensar e a acelerar”, afirmou Pedro Reis em declarações aos jornalistas à margem do evento Millennium Portugal Exportador, em Santa Maria da Feira.

O ministro assegurou, contudo, não ter “ainda nenhuma evidência” de onda de falências, nomeadamente no setor dos componentes automóveis, salientando que, “na Europa, [este] é um tema que está no coração da agenda”.

“Seja a Europa como um bloco económico, sejam os `players` europeus nas suas várias dimensões, estão muito atentos”, disse.

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