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Papa pede aos cristãos do Iraque que evitem a tentação da vingança

O Papa apelou domingo aos cristãos do Iraque para que evitem a “tentação da vingança”, depois da violência que sofreram às mãos de extremistas islâmicos, falando numa missa que reuniu milhares de pessoas.

“[Jesus] revigora-nos para sabermos resistir à tentação de procurar vingança, que nos mergulha numa espiral de retaliações sem fim”, assinalou Francisco, na homilia que proferiu no Estádio Franso Hariri, em Erbil, capital do Curdistão iraquiano.

A última celebração pública da viagem iniciada esta sexta-feira foi a única ocasião em que o pontífice circulou em papamóvel aberto, percorrendo a pista do estádio para saudar a multidão, em clima de festa.

O Papa, que tinha evocado as vítimas da guerra e do terrorismo, em Mossul e Qaraqosh, convidou a minoria católica a evitar uma vivência da fé que “divide, contrapõe e exclui” para “construir uma Igreja e uma sociedade abertas a todos”.

Aqui, no Iraque, quantos dos vossos irmãos e irmãs, amigos e concidadãos carregam as feridas da guerra e da violência, feridas visíveis e invisíveis! A tentação é responder a estes e outros factos dolorosos com uma força humana, com uma sabedoria humana. Jesus, pelo contrário, mostra-nos o caminho de Deus”.

A celebração contou, simbolicamente, com a exposição da imagem de Nossa Senhora de Karemlesh, vandalizada pelos terroristas do Estado Islâmico e parcialmente restaurada.

“Foi destruída pelo Daesh, não tem as mãos. Deixámo-la assim, como sinal daqueles dias sombrios, mas também para nos lembrarmos de que agora somos nós as suas mãos, para ajudar os mais necessitados”, referiu à fundação Ajuda à Igreja que Sofre o padre Thabet Habib.

O Papa destacou na sua intervenção o sofrimento vivido pela comunidade local e convidou todos a celebrar a “promessa” de Deus: “O Senhor promete que pode, com o poder da sua Ressurreição, fazer-nos ressurgir a nós e às nossas comunidades das ruínas causadas pela injustiça, a divisão e o ódio”.

Francisco reforçou a sua mensagem em favor da misericórdia e do perdão, rejeitando “imagens falsas de Deus” e as “sugestões do poder e do dinheiro”.

“A Igreja no Iraque, com a graça de Deus, fez e continua a fazer muito para proclamar esta sabedoria maravilhosa da cruz, espalhando a misericórdia e o perdão de Cristo especialmente junto dos mais necessitados”, realçou.

A primeira viagem de um Papa ao Iraque começou na sexta-feira e conclui-se esta segunda-feira, no aeroporto internacional de Bagdade.

 

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