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Oposição acusa Governo britânico de deixar escolas em risco

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A oposição britânica acusou o Governo de “tomar atalhos” depois de publicar esta quarta-feira uma lista de 147 escolas em Inglaterra que estão em risco de ruir devido à degradação do betão com que foram construídas.

A lista do Ministério da Educação mostra que 19 escolas tiveram de adiar o início do novo ano letivo e que os alunos de 24 outras escolas vão receber algum ensino à distância, tendo quatro delas passado para o ensino totalmente à distância no fim de semana. 

Outros estabelecimentos de ensino poderão ser acrescentados à lista nos próximos dias ou semanas.

O líder do Partido Trabalhista, o principal partido da oposição, Keir Starmer, comparou o Governo a “construtores cowboys”, um termo usado pelos britânicos para designar construtores imprudentes e pouco fiáveis, durante a primeiro primeiro debate parlamentar com o primeiro-ministro após as férias de verão.

“A verdade é que esta crise é o resultado inevitável de 13 anos de atalhos, de trabalhos mal feitos e de uma política de remendos”, afirmou.

Starmer criticou que este “é o tipo de coisa que se espera dos ‘construtores cowboys’, que dizem que todos os outros estão errados, que todos os outros são culpados, protestando que fizeram um bom trabalho, mesmo quando o teto está a cair.”

O primeiro-ministro, Rishi Sunak, cujo Partido Conservador está muito atrás dos trabalhistas nas sondagens de opinião para as eleições legislativas previstas para o próximo ano, insistiu que o governo agiu de forma “decisiva” e que a “vasta, vasta maioria” das escolas não foi afetada pelo problema.

Na semana passada, dias antes do início do novo ano letivo, mais de 100 escolas em Inglaterra receberam avisos para encerrarem parte ou totalmente os edifícios por conterem um tipo de betão mais leve e barato, muito utilizado na construção entre os anos 1950 e 1990. 

O material, conhecido como  betão celular autoclavado, conhecido como RAAC, é mais fraco do que o betão armado normal e tem  uma vida útil de cerca de 30 anos.

As escolas dos outros países do Reino Unido, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, também foram afectadas.

Os directores das escolas têm-se esforçado por encontrar espaço para as aulas em estabelecimentos próximos, em instalações provisórias ou recorrendo ao ensino em regime remoto após a instrução de última hora do governo, desencadeada após três escolas consideradas seguras sofrerem colapsos durante o verão.

Para a oposição, as escolas em degradação são uma metáfora do estado de um país que afirmam ter-se transformado num “Reino Unido em ruínas” devido à redução da despesa do setor público durante 13 anos de governo conservador.

Além de escolas, o RAAC também foi utilizado na construção de tribunais, hospitais e outros edifícios públicos, a maioria para os telhados, estando ainda por determinar se alguns também terão de fechar. 

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