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OGBL vence eleições sociais e oito lusodescendentes são eleitos

No duplo sufrágio das Eleições Sociais 2019 no Luxemburgo, a contar para a Câmara dos Assalariados (CSL-Câmara dos Trabalhadores) bem como para as delegações do pessoal nas empresas – que decorreu a 12 de março, mas cujos resultados só foram divulgados no início de abril pelo Ministério do Trabalho do Luxemburgo – a central sindical OGBL conseguiu manter a sua posição de liderança e de primeira força sindical do país tendo, simultaneamente, registado os seus melhores resultados de sempre. Esta é também a primeira vez em que foram eleitos tantos representantes portugueses e/ou lusófonos, oito efetivos e onze suplentes.

Eleição para a Câmara dos Trabalhadores

Na eleição para a Câmara dos Trabalhadores (CSL), a OGBL bateu o seu próprio recorde ao ter obtido 61,8% dos votos nos oito grupos sócio-profissionais (por tradição, a OGBL cede o lugar no grupo 8 dos Ferroviários ao sindicato amigo Landesverband) em que apresentou candidatos, o que representa +1,94% do que em 2013 e +5,38% relativamente a 2008. A OGBL conseguiu assim 1.524.283 votos num total de 2.466.126 votos válidos (61,8%).

Para a OGBL este é o seu melhor resultado histórico na eleição daquele órgão.

Apesar de a OGBL ter perdido três assentos na CSL em relação a 2013, contabiliza agora 35 dos 60 assentos, bem longe do segundo sindicato presente, o LCGB, que se contenta com 18 assentos (+3). A ALEBA (sindicato dos bancários) tem 4 assentos, o Landesverband 2 assentos, e a Syprolux 1 assento. A OGBL continua assim a gozar de uma maioria absoluta no seio deste órgão de consulta do Governo luxemburguês para as questões relativas ao trabalho e à segurança social.

Esmiuçando os resultados

No grupo socioprofissional 1 (Siderurgia) a OGBL conseguiu 51,82% dos votos, mantendo-se o sindicato maioritário e guardando os três assentos que detinha em cinco existentes no plenário da CSL. Este foi o grupo com a menor abstenção (23,52%).

No grupo 2 (Outras Indústrias), a OGBL obteve 54,88% dos votos e o LCGB 45,12%, numa diferença de mais de 9 pontos percentuais e 13 mil votos! No entanto, apesar de uma manifesta maioria, as contas do escrutínio fazem com que ambos fiquem com 4 assentos na CSL. Para a OGBL isso significa a perda de um assento em relação a 2013.

No grupo 3 (Construção Civil), a OGBL guarda a sua posição de primeiro sindicato do setor, muito à frente do LCGB, com 63,92% dos votos. No entanto, em relação a 2013 perdeu um assento e fica com quatro dos seis existentes no grupo. O facto de ter havido uma abstenção a rondar os 74% e 10% de boletins nulos desfavoreceu por certo a OGBL, apesar de o nosso sindicato ter sido o principal responsável pela manifestação do setor em 2018 e o braço-de-ferro que obrigou o patronato a assinar uma nova convenção coletiva de trabalho com mais direitos e benefícios para os trabalhadores.

No grupo 4 (Serviços Financeiros e Seguros), a OGBL obteve 31,58% dos votos e guarda os três assentos que detinha, num máximo de oito. O principal sindicato do setor, a ALEBA, embora guarde 4 assentos, sai fragilizada pois desceu a 49,22% dos votos e pode vir a perder a representatividade nacional. O LCGB tem 1 assento.

No grupo 5 (Serviços e Outros Ramos), aquele com maior número de eleitores (209 mil no total dos 526 mil eleitores), a OGBL melhorou o seu resultado, obtendo 65,96% dos votos quando em 2013 tinha tido 65,58%. No entanto, tendo havido mais eleitores do que há cinco anos e também mais abstenção (75%), a OGBL perde um assento para o LCGB, ficando-se com 9 num total de 14, o que a deixa mesmo assim com o lugar privilegiado de sindicato maioritário que sempre deteve no setor. Este foi o grupo onde se registou a maior taxa de abstenção.

No grupo 6 (Administração Pública), a OGBL obteve 56,06% dos votos, confirmando a sua posição e mantendo os três assentos em quatro que já detinha. O assento que sobra é do LCGB.
No grupo 7 (Saúde e Serviços Sociais), a nossa central sindical continua em nítida progressão, tendo aumentado entre 2008 e 2013 de 71% para 74%, e tendo obtido este ano 78,10% dos votos. Mantém assim os 5 assentos em 6 que já tinha.

No grupo 8 (Ferroviários), o Landesverband (FNCTTFEL), sindicato amigo da OGBL, alcançou 59,68% dos votos e guarda os 2 assentos em 3 que detém.

OGBL consegue a sua melhor progressão no grupo dos Pensionistas

No grupo 9 (Pensionistas), a OGBL melhora o seu resultado em +5,19%, chegando aos 60,64% dos votos. Há cinco anos tinha-se ficado em 55,55%. No entanto, esta que foi a melhor progressão da OGBL em todos os grupos não se reflete na repartição dos assentos, que fica igual. A OGBL guarda os quatro assentos que tinha e os outros dois ficam nas mãos do LCGB.

Esta é também a primeira vez que um português, Manuel Bento (OGBL) é eleito neste grupo, embora como membro suplente. É neste grupo que podiam votar os 8.300 ex-emigrantes que recebem pensões de invalidez, de reforma ou de viuvez do Luxemburgo e que hoje vivem em Portugal.

Oito portugueses eleitos

No cômputo geral, foram eleitos oito membros efetivos portugueses para a CSL, dos quais cinco com as cores da OGBL; e 11 membros suplentes portugueses, dos quais sete pela OGBL. Os portugueses passam assim a representar cerca de 13,5% dos 60 representantes efetivos da CSL.

Podiam votar na eleição para a Câmara dos Trabalhadores 526 mil eleitores, no que é o maior exercício de democracia do Grão-Ducado do Luxemburgo, já que nas Eleições Legislativas votam cerca de 250 mil eleitores (apenas os cidadãos com nacionalidade luxemburguesa) e nas Eleições Autárquicas apenas os residentes (cidadãos nacionais e não nacionais), cerca de 285 mil eleitores. Podiam votar nas Eleições Sociais os trabalhadores e pensionistas, residentes ou não no Luxemburgo, o que engloba os cerca de 180 mil trabalhadores transfronteiriços belgas, franceses e alemães que diariamente atravessam a fronteira luxemburguesa, mas também os cerca de 8.300 reformados do Luxemburgo que hoje vivem em Portugal. Na eleição para o CSL a abstenção foi de 67,4%.

Eleições nas delegações do pessoal das empresas

As Eleições Sociais, que decorrem de cinco em cinco anos, são um escrutínio duplo que engloba a eleição da Câmara dos Trabalhadores e as eleições das delegações do pessoal nas empresas com 15 ou mais trabalhadores, como manda a lei na matéria.

A OGBL ganhou também aqui as eleições tendo eleito 1972 delegados efetivos e 1800 delegados suplentes em empresas espalhadas por todo o Grão-Ducado. Também aqui trata-se de um novo recorde, já que em 2013 o sindicato tinha eleito 1920 delegados efetivos e 1690 delegados suplentes. A OGBL conseguiu assim eleger 73,66% dos candidatos que apresentou (5.120 candidatos no total), quando em 2013 tinham sido eleitos 71,27% dos candidatos.
Assim, a OGBL era e continuará a ser a maior força sindical em muitas empresas e setores, sendo mesmo o único sindicato presente em muitas empresas e setores. A OGBL é o sindicato maioritário em setores como a Saúde e os Serviços Sociais (50%), administrações públicas (44%, empregados públicos, mas sem estatuto de funcionários públicos), Indústria (34%), Limpeza (24%), Construção (21%), Comércio (20%), Hotelaria e Restauração (19%), Agricultura (13%), entre outros.

Ao ganhar este duplo escrutínio, a OGBL sagra-se verdadeiramente como o grande vencedor das Eleições Sociais 2019 no Luxemburgo e consolida a sua liderança como primeira força sindical do país.

 

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