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Observatório europeu defende continuação de tratamento a refugiados toxicodependentes

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Com a guerra na Ucrânia, os toxicodependentes com acesso ao tratamento naquele país representam uma pequena proporção dos que procuram refúgio na União Europeia, mas necessitam de continuidade de assistência, defendeu o Observatório Europeu.

De acordo com o mais recente relatório do Observatório Europeu das Drogas e da Toxicodependência (EMCDDA na sigla em inglês), esta terça-feira divulgado em Lisboa, “a guerra na Ucrânia contribui para a incerteza quanto à situação da droga na Europa”.

O documento, que analisa dados fornecidos pelos 27 Estados-membros da União europeia, Noruega e Turquia, defende que os toxicodependentes ucranianos refugiados “necessitarão de continuidade do tratamento, bem como de serviços adaptados às suas necessidades específicas e à sua língua”.

“De um modo mais geral, é provável que as pessoas que fogem ao conflito tenham sofrido um grave stresse psicológico, tornando-as potencialmente mais vulneráveis a problemas de uso indevido de substâncias no futuro. A guerra também pode causar mudanças nas rotas de tráfico, uma vez que os criminosos exploram as vulnerabilidades ou evitam as áreas afetadas”, lê-se no relatório da agência europeia sediada em Lisboa.

No Relatório Europeu sobre Drogas 2022: Tendências e Evoluções, os especialistas sublinham que os problemas relacionados com as drogas na Europa podem ser influenciados pelos acontecimentos a nível global, dando como exemplos a guerra na Ucrânia e a situação no Afeganistão e as suas “potenciais implicações para o domínio da droga”. Embora admita ser ainda demasiado cedo para avaliar todo o impacto destes eventos, o EMCDDA afirma que “será necessária uma monitorização específica da situação para definir as políticas e as respostas”.

No documento anual, o Observatório refere que, “apesar da proibição talibã, em 2022, da produção, venda e tráfico de drogas ilícitas no Afeganistão, o cultivo da papoila parece continuar”.

Os atuais problemas financeiros do país podem fazer com que as receitas provenientes da droga sejam uma fonte de rendimento mais importante, o que poderá levar a um aumento do tráfico de heroína para a Europa, argumenta a agência Europeia.

Outra preocupação apresentada pelo EMCDDA é a de saber se a Europa se tornará um mercado de consumo de metanfetaminas produzidas no Afeganistão.

“Atualmente, os produtores europeus fornecem esta droga ao mercado da UE. No entanto, registou-se recentemente uma produção de metanfetaminas em grande escala no Afeganistão, com base em éfedra, bem como um aumento das apreensões desta droga ao longo de algumas rotas tradicionais de tráfico de heroína”, conclui o relatório.

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