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O que mais me chocou

O que mais me chocou no desaparecimento em chamas do Museu Nacional do Rio de Janeiro, além do incêndio, foi a incapacidade da cobertura jornalística (seja de que país for) em informar do que, efetivamente, estava no museu e se perdeu.

Em vez disso, imagens das chamas.

Não das esculturas da Cultura Marajoara (que teve seu apogeu na Ilha de Marajó no século V e entrou em declínio no século XV); da Cultura Tapajônica (da região no rio Tapajós, no Pará), da Cultura Konduri (que teve seu ápice no século XII e declínio no século XV, na região entre os rios Trombetas e Nhamundá, no Pará); da Cultura do Rio Trombetas, do Baixo Amazonas; da Cultura Miracanguera (que habitou a margem esquerda do rio Amazonas, na região entre Itacoatiara e Manaus, entre o século IX e o século XV) … que em 5 segundos podiam ter ido buscar à wikipedia.

Não. Só chamas.

Não havia imagens dos objetos do antigo Egipto trazidos pelo comerciante Nicolau Fiengo de Marselha que tinham pertencido ao famoso explorador italiano Giovanni Battista Belzoni, responsável por escavar a Necrópole de Tebas (atual Luxor) e o Templo de Karnak.

Não, em vez disso, só chamas.

Não imagens dos objectos do antigo Egipto reunidos por Dom Pedro I, cuja coleção seria ampliada por seu filho, Dom Pedro II, que juntou à coleção o sarcófago em madeira policromada da cantora de Ámon, Sha-Amun-en-su, da Época Baixa, que lhe fora oferecido como presente durante sua segunda viagem ao Egito, em 1876, pelo quediva Ismail Paxá.

Não. Em vez disso, chamas.

Nenhuma imagem da coleção que trouxe consigo a imperatriz do Brasil quando desembarcou no império em 1843, logo após seu casamento por procuração com Dom Pedro II, composta por obras recuperadas de escavações nas antigas cidades de Herculano e Pompéia, destruídas em 79 d.C. por uma erupção do vulcão Vesúvio, da qual algumas das peças eram provenientes da coleção da rainha Carolina Murat, irmã de Napoleão Bonaparte e esposa do rei de Nápoles, Joaquim Murat.

Nada. Só fogo.

Zero imagens dos objetos provenientes das primeiras grandes expedições científicas realizadas em território brasileiro, organizadas ou integradas por colaboradores do museu, nomeadamente a Expedição Thayer (liderada por Louis Agassiz) e as Expedições Morgan (organizadas por Charles Frederick Hartt), ou do acervo da Comissão Geológica do Império, criada em 1875 e dirigida por Charles Frederick Hartt, composto, sobretudo, por itens provenientes das regiões Norte e Nordeste do Brasil.

Não. Em vez disso, só fogo.

As maior parte das pessoas ainda ri quando digo que aprendi a maior parte do que sei pela wikipédia.

Por isso ser verdade, não vou partilhar nenhum link estúpido de jornal. Basta o artigo da wikipédia do Museu Nacional do Rio de Janeiro.

Começa assim:

“…O palácio serviu de residência à família real portuguesa de 1808 a 1821, abrigou a família imperial brasileira de 1822 a 1889 e sediou a primeira Assembléia Constituinte Republicana de 1889 a 1891, antes de ser destinado ao uso do museu, em 1892. (…)

Fundado por Dom João VI em 6 de junho de 1818 sob a denominação de Museu Real, o museu foi inicialmente instalado no Campo de Santana, reunindo o acervo legado da antiga Casa de História Natural, popularmente chamada “Casa dos Pássaros”, criada em 1784 pelo Vice-Rei Dom Luís de Vasconcelos e Sousa, além de outras coleções de mineralogia e zoologia. A criação do museu visava atender aos interesses de promoção do progresso sócio-econômico do país através da difusão da educação, da cultura e da ciência. Ainda no século XIX, notabilizou-se como o mais importante museu do seu gênero na América do Sul. Foi incorporado à Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1946….”

Continua…

Aqui.

 

 

 

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