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O filho de alentejanos que é patrão da Torre Eiffel

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O pai emigrou no início dos anos 50 para França. Tinha trocado as Minas de São Domingos pelo Metro de Lisboa, mas como sabia trabalhar a pedra foi chamado para colocar as peças de mármore nas casas de banho do Hotel Ritz.

Anos depois chegou a França, em 1962, a mãe de Patrick Branco Ruivo, o português, que desde 2018 dirige a Torre Eiffel nascia em Meaux, a leste de Paris, em 1971.

Quando tinha 12 anos, Patrick Branco Ruivo disse aos pais que queria ser embaixador e rumou a Paris para ingressar na Escola Normal Superior. Em 400 candidatos entravam 14 e ele foi o 13.º. Formou-se em Economia e Direito. Cumpriu o serviço militar, no Liceu Francês, em Atenas.

Depois deu aulas numa faculdade durante cinco anos, mas entrou na prestigiada ENA, a Escola Nacional da Administração, que forma 100 funcionários públicos de excelência para cargos estratégicos por ano. Patrick Ruivo foi um deles, assim como o atual presidente Macron, um ano antes. Foi logo colocado na Câmara de Paris como responsável pelos assuntos jurídicos públicos, antes de ir para o Bangladesh, como número dois da Embaixada de França. Voltou ao fim de três anos para integrar o gabinete da Direção dos Recursos Humanos da Câmara de Paris.

A política nunca o seduziu, mas quando foi convidado para ser conselheiro para os Assuntos Internos, com a pasta da reforma da Administração Pública aceitou e disse, em entrevista ao Diário de Notícias, que até gostou. Por isso, quando, em 2018, o convidaram para gerir a Société d’Exploitation de la Tour Eiffel sentiu o quão alto tinha subido: “Era essencial ser bem reconhecido pelos sindicatos e eu era.”

Foi assim que, em novembro de 2018, um lusodescendente com raízes no Alentejo chegou a diretor do monumento mais visitado do mundo. “O início foi terrível. O turismo ainda não tinha recuperado dos atentados de 2015 e enfrentámos logo uma revolta dos coletes amarelos e o afastamento dos turistas. Depois fechámos um ano devido à covid-19 e aproveitámos para avançar com as obras de restauro, mas deparámo-nos com um problema de chumbo na estrutura e andámos às voltas com os arquitetos responsáveis pelos monumentos históricos para escolher a nova cor da estrutura… Passou, mas não foi fácil”, confessou aquele jornal, revelando ainda que 20,5% dos funcionários do monumento têm ligações ou raizes em Portugal.

Patrick Branco Ruivo vai a Portugal umas cinco vezes por ano. Às vezes é só um fim de semana à sua casa em Fernão Ferro e, desde que dê para “tomar uma caipirinha na Praia do Meco”. Ruivo admite nunca estou em paz porque a torre é um trabalho de 24 horas por dia e sete dias por semana.

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