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O demolidor de fronteiras morre no ano dos construtores de fronteiras

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Mikhail Gorbatchev (1931-2022), outrora o segundo homem mais poderoso do mundo, morreu com 91 anos dia 30/08.

Com a sua Perestroika (plano para modernizar a economia e a sociedade soviéticas) e Glasnost (transparência, fim da censura oficial), possibilitou a ultrapassagem da guerra fria…

Gorbatchev queria preservar o comunismo sob um sinal diferente, mas o povo decidiu o contrário e ele aceitou a realidade em vez de recorrer ao poder militar. Gorbatchev foi um europeu antes dos políticos europeus terem acordado para a Europa e deste modo encontramo-nos numa constelação sem Europa, sem Ucrânia e sem Rússia, transformados em meros membros da OTAN…

A sua ideia da “casa europeia” não foi acompanhada por todos e agora voltamos à guerra fria escoltada de uma guerra quente, cada vez a ser mais puxada para a UE pelos nossos governantes! Perdeu-se a oportunidade de se organizar uma terceira via liberta do sistema comunista e do sistema globalista turbo-capitalista.

Gorbatchev calou-se sobre a guerra da Ucrânia, certamente por desilusão com Putin e com os EUA/OTAN…

Gorbachev tinha criticado Putin por restringir a liberdade e a democracia. Gorbachev também criticou o Ocidente (EUA) por se declarar o vencedor (“triunfalismo”) da Guerra Fria, explorando a fraqueza da Rússia e prosseguindo políticas míopes…

Como se viu na União Soviética e na antiga Alemanha socialista, no momento em que um estado ditatorial permita um pouco de liberdade ao povo, o fim do sistema processa-se rapidamente. Isto significa que o sistema ditador comunista não corresponde ao espírito natural da pessoa nem ao de uma sociedade e como tal não proporciona sustentabilidade social.

António Justo

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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