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O apoio dos empresários da diáspora a alunos lusodescendentes

Entre as características mais distintas da diáspora, a enorme capacidade empreendedora e o seu forte espírito de solidariedade, são seguramente das que mais sobressaem no código genético das comunidades lusas espalhadas pelos quatro cantos do mundo.

Ao longo das décadas têm sido inúmeras as campanhas solidárias, as iniciativas de apoio e os gestos de altruísmo protagonizados, a título individual ou coletivo, pelos portugueses no estrangeiro em prol de causas, valores e pessoas, muitas delas concidadãos que por vicissitudes da vida encontram na generosidade de muitos compatriotas uma bússola e um porto de abrigo.

 Um desses exemplos de espírito solidário é o que no decurso dos últimos anos vários empresários portugueses da diáspora têm protagonizado ao nível da atribuição de bolsas de estudo a alunos lusodescendentes. Trata-se de uma ação benemérita que tem tido um papel essencial não só na promoção da cultura e língua portuguesa no mundo, como também na capacitação e valorização das comunidades portuguesas, e na dinamização da participação de jovens lusodescendentes no pulsar do movimento associativo.

Um dos exemplos paradigmáticos da dimensão e importância do apoio dos empresários da diáspora a alunos lusodescendentes é o que tem sido dinamizado desde a primeira década do séc. XXI pela Fundação António Amaral, em Palm Coast, cidade localizada no estado da Flórida, nos Estados Unidos da América. 

O empresário luso-americano Tony Amaral, no decurso de uma cerimónia de entrega de bolsas de estudo pela Fundação António Amaral a jovens de origem portuguesa na Flórida

Radicado há mais de meio século na América, o empresário no sector da construção e imobiliário Tony Amaral, benemérito e fundador da comunidade portuguesa de Palm Coast, instituiu em 2006 a Fundação António Amaral com o objetivo central de atribuir bolsas de estudo a jovens de origem portuguesa na Flórida.

Há 16 anos consecutivos que a Fundação António Amaral, através do espírito empreendedor e solidário do emigrante natural de Ovar, entrega bolsas de estudo a alunos lusodescendentes na Flórida, tendo até ao momento, distribuído 223 bolsas, no montante superior a 355 mil dólares. Este ano, as candidaturas às bolsas de estudo da Fundação António Amaral encontram-se abertas até 20 de maio, sendo que as mesmas serão entregues aos respetivos contemplados durante uma pequena cerimónia a ter lugar em Palm Coast no dia 6 de Junho, no âmbito das celebrações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

Também na América do Norte, mais concretamente no Canadá, onde vive uma das maiores comunidades lusas no continente americano, a Federação de Empresários e Profissionais Luso-Canadianos (FPCBP) vai realizar no termo do presente mês, no Pearson Convention Centre, em Brampton, região metropolitana de Toronto, uma cerimónia de entrega das Bolsas de Estudo e Prémios de Excelência Empresarial.

A iniciativa, que decorrerá durante o 39.º Jantar Anual de Gala da FPCBP, foi instituída há mais de quatro décadas e representa o programa mais antigo de bolsas de estudo da comunidade portuguesa no Canadá, tendo atribuído já mais de um milhão e meio de dólares para jovens luso-canadianos.

No ano passado, no âmbito do 40.º Aniversário da FPCBP, foram atribuídas 45 bolsas, o maior número até à data, graças à generosidade dos empresários luso-canadianos que financiam anualmente este programa que tem como principal objetivo incentivar os estudantes da comunidade a escolherem o caminho do ensino superior e motivá-los a serem futuros líderes, a nível global e comunitário.

Estes exemplos paradigmáticos da dimensão e importância do apoio dos empresários da diáspora a alunos lusodescendentes, e muitos outros que possam estar atualmente a ser dinamizados no seio das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo, corroboram a visão hodierna expressa no trabalho académico de Catarina da Costa Tavares Silva, intitulado Empresários Portugueses na Diáspora – Tendências Recentes. Mormente, que os “empresários portugueses emigrados contribuem para a competitividade, modernização e inovação que é favorável para qualquer país, nomeadamente para Portugal”, constituindo-se “como um importante ativo estratégico a valorizar”.

Daniel Bastos

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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