“O ambiente atual é como quando Hitler subiu ao poder”, afirma líder do Conselho Consultivo de Migração

A menos de um mês das eleições antecipadas na Alemanha, a imigração domina o debate político e social no país. O crescimento da extrema-direita e os recentes episódios de violência intensificaram o clima de tensão. Em declarações à Antena 1, Eva Oliveira, líder do Conselho Consultivo de Migração, descreveu o atual ambiente político como “muito fascista contra todos os estrangeiros”.
Eva Oliveira é a primeira mulher a liderar o Conselho Consultivo de Migração da cidade alemã de Heidelberg, que representa os interesses de estrangeiros, migrantes, e refugiados numa sociedade cada vez mais radical. A portuguesa foi escolhida entre 42 pessoas, numa direção que é, pela primeira vez, formada apenas por mulheres. Sobre o período de tensão que se vive no país, Eva Oliveira compara-o ao período sombrio da história alemã que antecedeu a ascensão de Adolf Hitler: “O ambiente atual na Alemanha é como quando Hitler subiu ao poder”.
A segurança tem sido um dos principais temas de discussão na campanha eleitoral, sobretudo após ataques violentos que chocaram o país. Na quarta-feira, em Aschaffenburg, no sul da Alemanha, um homem afegão matou à facada um menino de dois anos e o pai, de 41, num parque infantil. Há cerca de um mês, um médico saudita invadiu um mercado de Natal em Magdeburgo com um carro, matando seis pessoas e ferindo quase 300. Estes acontecimentos aumentaram a pressão sobre as políticas de imigração e segurança e, desde então, a Alemanha está em alerta máximo. De acordo com a Euronews, a segurança nos espaços públicos tem sido um dos grandes temas de debate.

A Alternativa para a Alemanha (AfD), partido de extrema-direita que lidera a intenções de voto, promete medidas mais duras contra a imigração, alinhando-se com a tendência crescente da direita radical na Europa.
Com as eleições antecipadas marcadas para 23 de fevereiro, o debate sobre imigração e segurança promete continuar a dominar a agenda política, alimentando divisões e receios dentro e fora da comunidade emigrante.