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Nós e os adolescentes

Quando coloquei um “Em que estás a pensar?” sobre um tipo adolescente que se referiu a mim como “o velho”, na verdade ele não falou para mim, falou para os amigos. O azar é que falou demasiado alto e eu ouvi, mais azar para mim do que para ele, que deu conta.

E depois falamos de respeito, falta de educação como se tivéssemos sido modelos a seguir quando eramos jovens. Tenho a perfeita noção que não o fui e que a geração a que pertenço, que ia para o Algarve e sul de Espanha com o propósito de se divertir, nem que fosse necessário recorrem ao vandalismo, à violência gratuita, que conduzíamos carros e motas completamente bêbedos, que tínhamos práticas habituais que agora chamamos bulling e condenamos, que com os nossos procedimentos impedimos as gerações, a seguir de se divertirem. Alguns já não se lembram, outros não admitem que não fomos uma geração exemplar.

Acho que o reconhecimento que não fomos exemplares, é o primeiro passo para encararmos de frente que estes garotos também têm que ser respeitados para também eles nos respeitarem, o segundo passo é tentar conhecê-los melhor para os entender, não os considerar gente sem interesse e que “na nossa geração é que era bom”. Acho que a maior parte de nós nem imagina o quanto irrita aos adolescentes de hoje acharmos isso. A quantidade de pais que compara gerações com os filhos é imensa e não é assim, no meu ponto de vista, que se estabelecem pontes.

Pedro Guimarães

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