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Norte de Portugal e Galiza pretendem maior interligação económica

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O presidente da Eurorregião Galiza-Norte de Portugal, António Cunha, defendeu esta segunda-feira que o “grande desafio” do território é atingir um nível de interligação económica semelhante à científica e institucional, vendo a economia azul como um caminho.

“Esse é o grande desafio da Eurorregião”, disse o também presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) à Lusa, após participar na conferência “Eurorregião Galiza-Norte de Portugal: desafios e oportunidades da economia azul”, que decorreu hoje na Corunha, em Espanha, inserida no Dia da Europa, que se assinala hoje.

Durante a conferência, António Cunha afirmou que “o trabalho está muito feito na parte científica, está muito feito na parte das instituições”, mas na economia e nos agentes culturais é necessário “fazer com que isso atinja esse nível de interação”.

“O nosso desafio agora é passar para a economia, numa economia atlântica, certamente diferenciada a partir do Atlântico, porque somos muito fortes aí”, acrescentou, no final da sua intervenção numa mesa redonda.

Após a conferência, em declarações à Lusa por telefone, o presidente da Eurorregião expressou o desejo de que existam “grandes projetos económicos e de desenvolvimento conjunto, de desenvolvimento partilhado, com capitais significativos galegos e portugueses a trabalharem algumas das áreas que estão identificadas como chave”.

Entre essas áreas encontra-se a economia azul, os automóveis elétricos e autónomos ou mesmo “setores mais tradicionais, como o têxtil, onde a região também é muito forte”.

“Aquilo que nós estamos hoje sobretudo interessados em promover são as novas áreas da economia, as chamadas energias oceânicas, seja o eólico ‘offshore’, seja a energia das ondas, têm um potencial enorme e onde a capacidade tecnológica para desenvolver dispositivos nesse domínio está dos dois lados da fronteira”, disse António Cunha à Lusa.

No entanto, além da componente energética, o também presidente da CCDR-Norte relevou ainda “todos os outros aspetos ligados à nova economia”, como “a aquacultura, as algas, a biotecnologia marinha” e ainda o turismo associado ao mar.

Questionado acerca do próximo quadro de fundos comunitários (Portugal 2030) nestas áreas, mas também inseridos numa lógica transfronteiriça, António Cinha lembrou que nos projetos de inovação “é necessário o alinhamento com a estratégia regional de especialização inteligente” (RIS 3), que abrange tanto a Galiza como o Norte de Portugal.

“A vantagem é que nós temos uma estratégia regional conjunta, e, portanto, pode haver projetos nos quais consigamos ter alguma concertação e que depois possam ser financiados por programas dos dois lados da fronteira, porque desde que estejam alinhados em estratégias com essa dimensão, isso será possível”, detalhou o responsável.

António Cunha lembrou ainda o Interreg Espaco Atlântico, que além de Portugal e Espanha engloba ainda a França e a República da Irlanda, sendo “o único programa europeu cuja autoridade de gestão está em Portugal”, a CCDR-Norte.

O Interreg Espaço Atlântico, “muito alinhado com a linha da sustentabilidade e da economia azul”, conta com uma dotação do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) de 120 milhões de euros, podendo financiar projetos até 150 milhões, devido a comparticipações nacionais.

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