De que está à procura ?

Mundo

Nogueira Pinto critica falta de aposta da CPLP em temas como energia

O consultor e historiador português Jaime Nogueira Pinto criticou esta quarta-feira a excessiva atenção dada pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) a temas como os direitos humanos em prejuízo das identidades culturais ou questões energéticas.

“A CPLP não assumiu as raízes fortes das identidades culturais e depois, nalgumas áreas onde eu creio que os países CPLP todos têm recursos ou interesses”, como, “por exemplo, a área energética”, não deu a atenção devida, disse Jaime Nogueira Pinto, em entrevista à Lusa a alguns dias de mais uma cimeira da organização que junta Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

O historiador português lamentou que os países-membros da organização não tenham apostado em “criar uma entidade que não fosse só retórica”.

Considerando que a CPLP tem optado por caminhos menos corretos, o historiador deu o exemplo da energia como um dos temas que é transversal a vários países de língua portuguesa, ou questões culturais, como o estudo da “identidade das culturas lusotropicais ou lusófonas” e o modo como “isso se manifesta na literatura” ou noutras artes.

Os protagonistas da CPLP “agarram-se às discussões como os direitos do homem, que é uma coisa que não é tão forte” em todos os países.

Para o historiador, este “é o vício de toda a política contemporânea”, com uma “concentração em temas que são retoricamente simpáticos ou interessantes e não se pega nas questões que são importantes”.

A questão da cultura, considerou, “está um pouco por trabalhar ou tem sido trabalhada em áreas ideológicas marginais”.

TÓPICOS

Siga-nos e receba as notícias do BOM DIA