
Prémio Nobel limpinho sem qualquer ignorância
Não existe ninguém que ignore tanta sabedoria
Isso é bom. Mas não termina com a indecência
Que todos vimos neste mundo a cada dia!
Prémio Nobel em folha num campo cheio de pesquisas
Escreve por vezes tretas em campos imaginários
Não ordinários, mas com pesquisa em corpos e artérias
De sangue quase coagulado da ciência.
Descrevendo a nervura de um corpo já pendente
Se tropeça, cai no fosso já infeccionado
Sem tirar o chapéu de coco já amarrotado
De quem escreve muito para toda a gente .
Mas já ninguém lê nas páginas da castidade
Onde o pudor hoje já foi uma coisa do passado
E tal pudor já nem se fala entre a mocidade
E o moralista hoje será logo posto de lado.
São aos molhos os cientistas e suas literaturas
Mas até ganham concursos de palavras com vaidade
E usam muito batom para encobrirem as rugas
Que os espelhos opacos refletem na realidade.
José Valgode