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NATO avalia operações militares no Espaço

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O ministro da Defesa revelou a existência de um consenso entre os membros da NATO quanto à necessidade de capacitar a organização no sentido de utilizar o Espaço como “facilitador de eventuais operações militares”.

“Há um consenso quanto à necessidade de olharmos para o Espaço como um domínio em que a NATO precisa de trabalhar para capacitar as suas capacidades militares, não no sentido de militarizar o Espaço, mas no sentido de utilizar o Espaço como facilitador de eventuais operações militares”, declarou João Gomes Cravinho, à margem de uma reunião dos ministros da Defesa da Aliança Atlântica, em Bruxelas.

O ministro português rejeitou, todavia, que esta nova orientação da Organização do Tratado do Atlântico Norte seja uma ‘reedição’ da denominada ‘Guerra nas Estrelas’, o programa militar norte-americano proposto pelo antigo Presidente Ronald Reagan para construir um sistema de defesa no Espaço, em plena Guerra Fria com a Rússia.

“É completamente diferente. É o reconhecimento dos desenvolvimentos tecnológicos a que assistimos nos últimos anos e também de um povoamento muito mais reforçado do espaço por satélites”, pontuou, esclarecendo que estes tornam necessária a existência de “doutrinas e ideias comuns” na Aliança e de “uma convergência de esforços não para militarizar o Espaço, mas para tirar proveito das valências que estão no Espaço”, por exemplo para questões relacionadas com posicionamento por satélite.

Gomes Cravinho detalhou que a NATO está a trabalhar no desenvolvimento de ideias que deverão conduzir a conclusões a serem assumidas pelos chefes de Estado e de Governo na cimeira agendada para dezembro, em Londres.

“Nesse momento creio que será consagrado o Espaço como uma nova área operacional para a NATO”, acrescentou.

No balanço de uma reunião que considerou “bastante importante”, por ter havido “uma boa troca de impressões sobre um conjunto alargado de matérias”, o ministro da Defesa disse ter saído satisfeito com as conclusões, “nomeadamente com a necessidade de reforço da NATO a 360º”.

Nesse sentido, Gomes Cravinho salientou o reforço da postura marítima da organização, uma ideia há muito defendida por Portugal, privilegiado na sua localização atlântica.

“A Aliança esteve durante muito tempo virada para o continente europeu e para leste, e há um reconhecimento de reforçar a nossa postura em relação ao Atlântico”, completou.

Também em matéria do relacionamento com a União Europeia houve, de acordo com responsável pela pasta da Defesa, uma boa troca de impressões com a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini.

“Passo a passo está a encontrar-se aquilo que será uma boa plataforma de entendimento para as duas instituições trabalharem no sentido de aproveitarem da melhor maneira as suas mais-valias”, finalizou.

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