Na minha escrivaninha está o mundo inteiro
Muita pesquisa, projectos e alguma incerteza
Continuo à procura desde o dia primeiro
Antes não entendia por que existe tanta vileza.
Assentado vou dando lugar ao silêncio coado
Abriu o telejornal que mau bocado e suspiros
Ai o sabidão foi preso e passa um mau bocado
Eu desfolho rosas e crio algumas metáforas.
Continuo escrevendo ignorando os telejornais
Vou ser pai de um texto literário amigo
Não posso ouvir na pantalha tantas lamúrias e ais
E ai daquele que em tudo acredita. Eu te o digo.
O poeta ri para que algo de bom possa acontecer
E se enamorem dele e do seu sorriso
O poeta fala de tudo por enquanto e até ver
Chegará o dia em que dirá. Por favor tomem juízo.
Na escrivaninha o texto toma forma e cria expectativa
A humanidade, essa continua cada vez mais perversa
Continuo escrevendo poesia e alguma prosa viva
Agora terminei e vou dormir. Já chega de tanta conversa.
José Valgode