O príncipe Alberto II do Mónaco garantiu apoio os “esforços” dos Açores na proteção do oceano, enquanto o presidente do Governo Regional reforçou que a ciência do mar permite ao arquipélago ter dimensão mundial.
Falando no Palácio de Sant’Ana, sede da Presidência do Governo dos Açores, em Ponta Delgada, acompanhado pelo líder do executivo regional, José Manuel Bolieiro, Alberto II do Mónaco elogiou a atuação da região na defesa dos oceanos, dando o exemplo do projeto Blue Azores.
“Aproveito para lhe dar os parabéns pelo seu projeto e ambição de preservar um território imenso como são os Açores, contando, é certo, com o apoio da Fundação da Oceano azul, mas também poderá contar com o apoio da minha própria fundação porque ela também está orientado para esse trabalho de futuro”, afirmou, dirigindo-se a Bolieiro.
O príncipe do Mónaco alertou para a necessidade de preservar os oceanos “nestes tempos de alterações climáticas e de destruição da biodiversidade”.
Alberto II reforçou ainda a importância de preservar os cetáceos do oceano atlântico e lembrou que o arquipélago está localizado numa “rota migratória de várias espécies” de aves.
“Espero que possamos reunir os nossos esforços nesta perspetiva de cooperação”, vincou.
Por sua vez, o presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, exortou o príncipe a apoiar o arquipélago na “defesa dos oceanos”.
“Os Açores gostariam de contar com o apoio de Vossa Alteza Sereníssima nos seus desafios em prol da sustentabilidade ambiental e na defesa dos oceanos. Sei que podemos contar consigo”, afirmou o social-democrata.
O líder do executivo PSD/CDS-PP/PPM enalteceu o legado de Alberto I (trisavó do atual príncipe) e defendeu que o “século XXI desafia a comunidade internacional a centrar as suas preocupações na sustentabilidade ambiental do planeta”.
“Os oceanos são a causa de uma das batalhas decisivas pela salvação do planeta. A ciência ligada ao oceano permite aos Açores ter dimensão mundial e coloca-nos no centro da ação”, destacou.
Bolieiro convidou ainda Alberto II a visitar a ilha do Corvo para a inauguração de uma gare marítima que vai ter o nome de Alberto I.
O príncipe do Mónaco esteve hoje na ilha de São Miguel, nos Açores, para assinalar o ano do centenário da morte de Alberto I.
Entre 1885 e 1915 o príncipe Alberto I do Mónaco comandou 29 campanhas oceanográficas em quatro navios, 13 das quais feitas nos Açores.
Segundo Filipe Porteiro, investigador do Instituto de Investigação em Ciências do Mar – OKEANOS, o mar dos Açores foi a região de eleição para os trabalhos do avô de Alberto II.
As viagens decorreram ao longo de 30 anos, e “o mar das ilhas foi estudado vezes sem conta, por todos os seus navios”, contou Filipe Porteiro.
Numa das campanhas oceanográficas realizada aos Açores, o príncipe monegasco descobriu, em 1896, a sudoeste das ilhas do Faial e do Pico, o banco Princesa Alice.
Nos mares dos Açores, o príncipe localizou também em 1902, entre as ilhas Terceira e S. Miguel, a fossa do Hirondelle, com a profundidade máxima de 3.200 metros.