De que está à procura ?

Luxemburgo

Covid: Luxemburgo com mais casos portugueses aperta regras

Numa altura em que o Luxemburgo começa a ver o número de infeções pelo novo coronavírus a aumentarem e o governo está a preparar legislação para regulamentar como deverão ser as reuniões de mais de 20 pessoas, a ministra da Saúde e da Proteção do Consumidor, Paulette Lenert, convocou esta segunda-feira uma conferência de imprensa para melhor informar a comunidade lusófona sobre os riscos da pandemia de covid-19.

Segundo o governo luxemburguês, as comunidades lusófonas do grão-ducado, que muitas vezes não falam as línguas locais, são grupo de risco durante a pandemia. Assim, Lenert fez-se acompanhar do Embaixador de Portugal no Luxemburgo, António Gamito, assim como do Embaixador de Cabo Verde, Carlos Semedo, além do diretor-geral da Saúde Jean-Claude Schmit.

Apesar da abordagem “diplomática” das autoridades luxemburguesas, ficou claro que o número de novos casos de infeção por coronavírus junto da comunidades portuguesa, e lusófona em geral, está a preocupar a ministra da Saúde que insistiu que “não há um problema com a comunidade lusófona, mas é preciso lembrar as regras a todos”, nomeadamente a quem fala outra língua, como é o caso dos portugueses e cabo-verdianos do Luxemburgo. Paulette Lenert insiste no problema que se regista de aumento de casos que identifica como um problema “sobretudo dos jovens” e promete uma comunicação forte nas redes sociais, além de mais dados para saber quem são os mais afetados. “Não queremos estigmatizar ninguém”, insistiu.

“É necessário respeitar certas regras”, lembrou a ministra luxemburguesa, salientando a necessidade de proteger as pessoas idosas. Em geral, a governante apela a que se evitem contactos desnecessários: “não apanhe o vírus para evitar transmiti-lo a outras pessoas, mais vulneráveis”, insistiu. “A vida normal é possível, mas convém evitar os contactos, continuou Paulette Lenert, solicitando a toda a população que façam os testes.

António Gamito agradeceu o trabalho que as autoridades luxemburguesas têm feito para informar a comunidade lusófona. “A nossa comunidade tem de perceber o desafio que está em causa; o vírus não desapareceu”, insistiu o embaixador português. “O comportamento de menor responsabilidade pode levar a um novo aumento de infeções”, insistiu o diplomata, que pede a todos que sigam as regras e os gestos-barreira. “Usem a máscara, mantenham a distância social, respeitem as regras”, concluiu António Gamito.

Carlos Semedo pediu que a comunidade lusófona do Luxemburgo seja conhecida “pelas boas razões”. O Embaixador de Cabo Verde considerou que “tudo na vida exige sacrifício” e que temos de aprender a viver com o coronavírus. “Temos de agir com responsabilidade cívica e respeitar as indicações das autoridades do Luxemburgo”, pediu Carlos Semedo.

Na origem dos novos casos que suscitaram esta comunicação destinada aos lusófonos, podem estar viagens, festas e a frequência de bares. Este fim-de-semana, por exemplo, as autoridades luxemburguesas intervieram para impedir várias festas e outras aglomerações de pessoas “muito além do limite de 20 participantes autorizado pela lei”. Em Strassen, uma festa com cerca de 30 pessoas foi controlada, tendo os participantes pago as multas previstas, que são de 145 euros por participante. Além disso, vários cafés e restaurantes foram “fechados” pela polícia na noite de sábado em Bettembourg, Vianden, Schifflange e Dudelange. Não foi revelado se estes locais eram “portugueses”, mas que os seus proprietários foram também multados.

Paulette Lenert manifestou a sua preocupação com estas violações da legislação e admitiu temer um aumento do número de infeções pelo novo coronavírus. “Esperávamos uma segunda vaga no outono, mas estamos a assistir a um aumento do número de casos que acreditamos terem na sua origem estes agrupamentos de pessoas”, disse a ministra, indicando que esperava que “comunicar de forma positiva fosse suficiente, mas que vamos certamente ter de ser mais firmes”.

O Ministério da Saúde anunciou que vai avançar ainda com uma campanha de informação em língua portuguesa para poder chegar às comunidades “menos integradas e que não falam as línguas do país”.

TÓPICOS

Siga-nos e receba as notícias do BOM DIA