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Londres: grupo luso desafia pais a participarem mais na educação dos filhos

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Um grupo cívico de portugueses de Londres quer mobilizar os pais de alunos para que participem mais na educação dos filhos e espera que o fim da pandemia possa facilitar os contactos nas escolas.

“Tem sido um trabalho lento e difícil”, admitiu o presidente do grupo “A Nossa Educação, O Nosso Futuro”, Álvaro de Miranda, a propósito da primeira assembleia geral que se realizou no fim de semana em Londres.

As restrições nas escolas durante a pandemia covid-19 dificultaram os encontros físicos, mas a tendência de normalização neste ano letivo já permitiu alguns contactos e resultados.

Uma reunião recentemente com mães de alunos lusófonos na escola primária de Fenstanton, no sul da capital britânica, levou à criação de um grupo na rede social WhatsApp para atrair mais mães e pais para depois comunicarem as preocupações que surjam à direção.

“É o modelo que gostaríamos que outras escolas seguissem”, disse Álvaro de Miranda, antigo professor universitário de Sociologia, agora aposentado.

O grupo, inteiramente voluntário, foi formado por ativistas da comunidade e antigos professores na sequência da conferência “A nossa educação, o nosso futuro: Elevando o nível de realização dos alunos lusófonos em Lambeth” realizada em 2020.

Na altura, especialistas referiram que os alunos lusófonos do município de Lambeth, onde está concentrada uma grande comunidade portuguesa, melhoraram o desempenho escolar na última década mas a média continua a ter taxas de sucesso inferiores a outros grupos étnicos.

Na altura um dos autores de um estudo, Feyisa Demie, professor da universidade de Durham, apontou como fatores a falta de domínio da língua inglesa dos alunos lusófonos quando entram para a escola, mas também pais com baixas qualificações que não se envolvem na educação dos filhos.

O grupo “A Nossa Educação, O Nosso Futuro” foi formado com o objetivo de consciencializar a comunidade, trabalhando com escolas onde existe um número relevante de alunos lusófonos e autoridades locais.

No início deste ano foi criado um livrete de informação em português e inglês, que foi distribuído por escolas, comércios portugueses e no consulado de Londres.

“A investigação pedagógica mostra que uma das melhores maneiras de melhorar o aproveitamento dos alunos é envolver pais na educação, mas muitos têm pouca disponibilidade porque têm horários longos em trabalhos com remuneração baixa”, disse Alvaro de Miranda.

O livrete “é um veículo para chegar aos pais”, acrescentou, acreditando que as reuniões físicas possam ajudar a convencer e mobilizar mais encarregados de educação.

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