Linha por linha assentado percorro galáxias
Como o pão da poesia tenho caneta e papel
Pesquiso cada tema ponho de lado falácias
Cócegas nos ouvidos e como favos de mel.
O pão de cada dia é escrever sempre poesia
Sacia a fome de palavras pode ser um predicado
Estou saciado por escrever poemas a cada dia
Há sempre novas ideias e não posso estar calado.
Na escrivaninha escrevo linha por linha
Ser poeta não se estuda mas se aprende
Um dom de Deus que se partilha e não se vende
E quando partilhada, a poesia deixa de ser só minha.
Poesia pensada não se empurra com a barriga
Cada linha é um socalco e torna-se uma lavra
Ao nascer pode ser do tamanho de uma formiga
Depois enche um carreiro e forma uma palavra.
De lado ficam as coisas complicadas e as triviais
Depois se cultiva e se rega a pura sensibilidade
Exalta-se a nobreza e silencia-se os ais
Finalmente o leitor encontra grande felicidade.
Escrever e pintar palavras pode ser uma odisseia
Também criatividade, amor, franqueza ou nobreza
Eu gosto de pintar sempre uma nova ideia
Tornando-a uma mensagem literária com certeza!
José Valgode