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Lembram-se como começou o #metoo?

Lembram-se como começou o #metoo? Mulheres de todo o mundo contaram nas redes sociais as suas histórias de quando foram vítimas de abuso sexual. Os homens perceberam a escala do problema que desconheciam.

Apercebi-me, ao passar esta semana a discutir em caixas de comentários com desconhecidos que acreditam mesmo que não existe racismo, que devíamos fazer o mesmo hoje. Muitas pessoas que a sociedade vê como brancas acham que não existe porque nunca viram.

Começo já:

Tinha 14 anos e fui assaltado. A esquadra da polícia era na rua ao lado, então corri para lá e os agentes da PSP, prestáveis, meteram-me logo no carro patrulha e fomos fazer uma ronda a ver se encontrávamos os assaltantes. Passamos por um rapaz negro que ia a subir a rua e o polícia que ia ao volante pergunta “é aquele?” e eu respondo “não, quem me roubou é branco”. Os três polícias fizeram “eehh”, riram e disseram “oh, mas tens a certeza que era branco?” e eu, sem perceber onde queriam chegar, digo “sim”. Passamos por outro rapaz negro de mochila da escola “foi este? É que se foi a gente leva-o já prá esquadra”. E eu, até achando que eles estavam a gozar, rio-me e repito que os ladrões eram brancos. E logo outro deles diz “repensa lá isso, é que podemos levar alguém dentro” e outro acrescenta “os pretos roubam todos… de certeza que estes pretos já roubaram, mesmo que não tenha sido a ti este preto já roubou alguém de certeza, se disseres que foi ele estás a ajudar a polícia” e pisca-me o olho. Eu repito que o assaltantes eram brancos. Eles dão mais uma volta de carro, calados, desiludidos, e mandam-me sair do carro, dizendo “não encontrámos os assaltantes”.

#SOSRacismo

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