A inauguração da nova temporada do teatro La Scala, em Milão, assumiu este ano uma forma peculiar. Alguns dos artistas mais marcantes da ópera participaram numa autêntica noite de sonho. A gala intitulada “Voltar a ver as estrelas” foi transmitida em direto para o mundo inteiro.

“’Voltar a ver as estrelas’ simboliza o facto de a ópera não poder parar. A cultura não pode parar. A cultura continua. As pessoas precisam de cultura para se sentirem melhor, para serem melhores, para olhar para o futuro”, disse à televisão Euronews o tenor peruano Juan Diego Flórez, uma das maiores estrelas da ópera, a nível mundial.

“Sempre quis cantar La Mamma Morta e tenho de contar um pequeno segredo. Esta gala deu-me a oportunidade de cantar esta ária pela primeira vez”, confessou a cantora. Esta ária não fala apenas sobre a morte, é também uma ária sobre o amor. Amar é maior do que qualquer outra coisa, é maior do que a vida, Acredito realmente nesta mensagem”, acrescentou a soprano búlgara Sonya Yoncheva.

“A minha estreia foi há 51 anos, no teatro La Scala. É mágico porque em cada esquina desta casa estiveram Rossini, Donizetti e Verdi”, sublinhou Plácido Domingo.

“A minha primeira memória do La Scala é algo muito intenso. Senti o peso de toda a história do La Scala de Milão nos meus ombros, quando pisei este palco, diante do público, nesta sala magnífica”, afirmou o tenor francês Benjamin Bernheim.

“Não podemos esquecer que não fazemos apenas um trabalho estamos diante de uma das maiores heranças de todos os tempos. Não é apenas arte, é a nossa história. E temos que preservá-la”, disse Sonya Yoncheva.

Para Juan Diego Flórez, a gala de inauguração da temporada do La Scala foi uma oportunidade para transmitir uma mensagem de esperança aos artistas.

“Quero enviar uma mensagem de esperança ao mundo da música. Vou continuar a lutar para continuar a cantar e dar ao mundo esta arte maravilhosa”, disse o tenor peruano.