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Jovens aprendem química a jogar

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Investigadores desenvolveram um jogo educativo que usa tecnologias de realidade aumentada e interação tangível para ensinar ciência a crianças. Os responsáveis revelaram recentemente resultados de um estudo sobre a usabilidade e a eficiência do jogo para promover a aprendizagem de química e melhorar perceção das crianças em relação à área.

O estudo surge do facto de as crianças considerarem a química uma disciplina desafiante e complexa, o que pode resultar num reduzido aproveitamento escolar e num menor interesse em prosseguir carreiras em disciplinas STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática). “Fábula Periódica” apresenta às crianças temas de ciência apoiados por uma atividade exploratória utilizando cubos manipuláveis e uma realidade aumentada. O jogo pretende entreter as crianças enquanto as envolve com narrativas sobre os fundamentos da química e a Tabela Periódica. “As crianças usam um smartphone para adquirir informações sobre um elemento químico específico, apontando a câmara do para a superfície dos cubos. Cada lado do cubo revela texto, áudio ou animações sobre propriedades específicas de alguns elementos químicos”, explica Sandra Câmara Olim, investigadora responsável.

Estes resultados foram apresentados em fevereiro numa conferência internacional, em Varsóvia. Sandra Câmara Olim, investigadora no Instituto de Tecnologias Interativas, lidera o projeto orientado por Valentina Nisi, Professora do Instituto Superior Técnico. Os resultados quantitativos e qualitativos do estudo mostraram resultados positivos sobre a aprendizagem e envolvimento dos participantes. “As crianças retiveram mais informações sobre Química e a Tabela Periódica, o que lhes permitiu conseguirem uma pontuação mais elevada em testes de conhecimento. Além disso, os alunos mudaram sua perceção relativamente à disciplina. O que antes era um tema difícil e aborrecido, tornou-se interessante e útil”, conta a investigadora.

O estudo incentiva a comunidade científica a continuar a avaliar sistemas semelhantes como ferramentas para aproximar crianças das áreas STEM. A investigação touxe novos conhecimentos sobre o design e desenvolvimento de experiências baseadas em jogos de realidade aumentada usando uma abordagem multidisciplinar entre o conteúdo letivo, fatores humanos e tecnologias para promover o interesse das crianças em Química. “Aliar o nosso conhecimento tecnológico às competências pedagógicas dos professores, permitiu-nos desenvolver um jogo divertido e interativo que utiliza narrativas para criar uma ligação emocional com as crianças, melhorando assim o seu interesse pelo tema”, esclarece Sandra Câmara Olim.

As mecânicas de jogo da “Fábula Periódica” foram pensadas para motivar as crianças para aprenderem Química através da narrativa, interação física com cubos manipuláveis e realidade aumentada. O jogo consiste numa experiência de aprendizagem interativa, divertida e memorável para as crianças, que poderá resultar em melhor retenção de conhecimento e aumento do interesse pela área.

Ao utilizar cubos físicos, o jogo proporciona uma experiência tátil que permite às crianças manipular e explorar os elementos da tabela periódica de uma forma prática. A realidade aumentada melhora ainda mais a experiência, adicionando uma camada digital que sobrepõe informações e animações nos cubos físicos, tornando a experiência de aprendizagem mais envolvente e imersiva. As investigadoras planeiam continuar a avaliar o design e a eficácia do jogo, conduzindo estudos com mais participantes. Vão ainda explorar o impacto a longo prazo dos jogos baseados em realidade aumentada na perseverança dos alunos na educação científica.

A “Fábula Periódica” integra do projeto de doutoramento de Sandra Câmara Olim. Os pesquisadores acreditam que este estudo terá um impacto de longo prazo no design e desenvolvimento de jogos baseados em realidade aumentada para promover a educação STEM.

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