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Jovem desaparecida no Algarve encontrada sã e salva a 46 kms da costa

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A jovem de 17 anos que estava desaparecida desde sábado no mar, no Algarve, foi transportada para o Hospital de Faro, depois de ter sido encontrada com vida por um navio mercante, anunciou o responsável pelas buscas.

O capitão do porto e comandante local da Polícia Marítima de Vila Real de Santo António e Tavira (distrito de Faro), João Afonso Martins, precisou, em declarações aos jornalistas, que a jovem foi recolhida ao fim da tarde de hoje a 25 milhas (cerca de 46 quilómetros) a sul de Vila Real de Santo António por um navio mercante que navegava a caminho de Tânger, em Marrocos.

Um helicóptero da Força Aérea Portuguesa foi enviado para recolher a jovem, que se encontrava num “elevado estado de hipotermia”, ainda em cima da prancha de paddle em que se deslocava quando desapareceu, segundo João Afonso Martins.

“O facto de estar em cima da prancha aliviou o estado de hipotermia, porque não estava em contacto direto com a água” referiu o capitão do Porto de Vila Real de Santo António, acrescentando que a idade “poderá ter ajudado”, visto os jovens serem “mais resistentes” neste tipo de situações.

Segundo o representante, quando foi encontrada, a jovem conseguiu dizer o seu nome e que é de Setúbal.

As autoridades marítimas já deram as boas notícias à família, tendo o comandante João Afonso Martins, depois da insistência dos jornalistas, dito que a situação era próxima da de “um pai que acabou de ver a filha nascer pela segunda vez”.

O coordenador da operação aproveitou para recordar que “o mar ainda não está para brincadeiras”, visto ainda ser “o mar do inverno”, e desejou que estes incidentes não se repitam.

O responsável da Autoridade Marítima em Vila Real de Santo António agradeceu “a todos os que participaram na operação” de salvamento, que já decorria há quase 24 horas.

Meios terrestres, marítimos e aéreos buscavam desde sábado ao fim do dia a jovem de 17 anos, que desapareceu cerca das 20:00 na prancha de paddle, empurrada pelo vento, na praia do Coelho, em Vila Real de Santo António.

João Afonso Martins disse esta manhã à Lusa que as buscas tinham decorrido durante toda a noite e continuavam hoje durante o dia com o apoio de um avião da Força Aérea e do instituto de socorro a náufragos espanhol.

O responsável explicou então que durante as horas iniciais da operação, iniciada cerca das 20:30 de sábado, estiveram envolvidos 20 operacionais em sete meios dentro de água, assim como um helicóptero pesado da Força Aérea, uma lancha de socorros a náufragos de Espanha e outros meios da GNR e Proteção Civil, entre outros.

Segundo o relato feito, o vento soprava de norte e a jovem terá entrado “numa espécie de pânico e não remou”, o que fez com que “o vento lhe pegasse e ela começasse a deslocar-se para sul”. 

“O pai ainda tentou e saltou para a água, mas infelizmente não conseguiu agarrá-la, não teve capacidade física para chegar à prancha”, disse o comandante.

Segundo o coordenador, os primeiros a chegar ao local (em 25 minutos) foram duas embarcações semirrígidas, uma da estação salva-vidas e outra da Polícia Marítima de Vila Real de Santo António.

“Mas infelizmente essas embarcações já chegaram à noite, portanto já não tinham visibilidade”, afirmou, acrescentando que “também não havia Lua, que só nasceu, em quarto minguante, às 04:00”.

Os meios ativados durante o dia incluíram elementos do Comando-Local da Polícia Marítima de Vila Real de Santo António, da Estação Salva-Vidas da mesma cidade e da Estação Salva-Vidas de Tavira, o navio NRP Cassiopeia (da Marinha Portuguesa), bem como elementos da Unidade de Controlo Costeiro da GNR e da Sociedade de Salvamento e Segurança Marítima (SASEMAR), de Espanha. 

Para o local também foram mobilizados militares da Marinha Portuguesa, com recurso a uma mota 4×4 da vigilância motorizada da Autoridade Marítima Nacional, e elementos do Serviço Municipal de Proteção Civil de Vila Real de Santo António, com recurso a viaturas todo-o-terreno, para efetuarem buscas por terra.

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