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Já nem disfarçam

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A Comissão para a Igualdade de Género (CIG), que arvorada em polícia de consciências avocou em agosto de 2017 o radicalismo feminista da “Capazes”, na cruzada ridícula contra os manuais de atividades da Porto Editora, decidiu agora atribuir 73 mil euros dos contribuintes europeus à mesma organização para preleções de doutrina canhota ministradas por Rita Ferro Rodrigues, a deputada do BE Mariana Mortágua e a deputada do PS Catarina Marcelino, a jovens de vários municípios alentejanos presididos pelo PS e um independente, escolhidas por se tratar – note-se bem -, de “pessoas com as quais as populações se identificam”.

Chegamos a um ponto em que nem sequer se disfarça. É à descarada. Mesmo assim, conviria que esta Esquerda, que há tantos anos coloniza paciente, mas persistentemente, as diferentes parcelas do Estado e cria entidades a pensar só nos seus, percebesse que os parcos recursos públicos não existem para instrumentalização das escolas e para a afirmação encapotada da sua visão e agenda política, para além do mais, frequentemente radical nos termos e nos protagonistas. Já agora, que entendesse também que muitos pais deste país têm o direito de recusar que os seus filhos sejam educados por Rita Ferro Rodrigues, Mariana Mortágua, ou Catarina Marcelino, precisamente porque ao contrário da presunçosa justificação avançada, não se identificam nada, mas mesmo nada, com aquilo que significam.

Há até todo um universo parlamentar que faz política em oposição aos diferentes socialismos. São aqueles que não encontram representação na fotografia de propaganda da iniciativa. Sendo que, caso ainda não lhes tenha ocorrido, a expressão preambular que na Constituição diz “abrir caminho para a sociedade socialista”, é só um anacronismo, um resquício tóxico do PREC, que não é para levar à letra.

No século XXI, uma democracia verdadeira não é compatível com uma espécie de “Nomenklatura”, convencida da capacidade de distribuir arbitrariamente os parcos recursos de quem paga impostos em favor de ativistas políticos e partidários selecionados por serem do BE e do PS, transformados numa nova casta de formadores da juventude. Seria até importante avaliar como é que a CIG gasta o dinheiro, com quem, onde e com que resultados.

O que se está a passar é só mais um resquício de uma fórmula governativa exótica, que sobrepõe a ideologia ao senso comum. E a cartilha que tentam é do século XIX. Está no Manifesto de Karl Marx: “As ideias dominantes numa época nunca passaram das ideias da classe dominante”.

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