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Imóveis de luxo mais caros em Lisboa que Dubai. Clientes são ingleses e franceses

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Com um milhão de dólares, consegue comprar-se em Lisboa uma residência de luxo com 96 metros quadrados, enquanto com o mesmo valor adquire-se 105 metros quadrados no Dubai, a cidade mais populosa dos Emirados Árabes Unidos e cujos preços mais cresceram em 2022 (44,2%). Segue-se Madrid, com 106 metros quadrados.

Esta é uma das conclusões da 17ª edição de The Wealth Report, realizado pela consultora britânica Knight Frank, citado pelo jornal Expresso.

Os países que mais compram imobiliário de luxo em Portugal, tendo em conta padrões de compra, são: Reino Unido, França, Países Baixos, EUA, Espanha, Índia e Brasil, revela o estudo. Portugal é o principal destino europeu dos investidores norte-americanos e pela primeira vez se encontra no top 5 dos investidores em terras lusas.

No Mónaco, com um milhão de dólares consegue-se adquirir 17m2 no segmento de luxo. Seguem-se Hong Kong (21 m2) , Saint Tropez (30m2), Nova Iorque (33 m2) e Singapura (34m2), ao mesmo nível de Londres. São estas as cidades identificadas como os cinco destinos mais caros do mundo em termos de metro quadrado.

Em termos de valorização de preços em 2022 o estudo destaca que entre os 100 destinos mais procurados do mundo em termos de valorização de preços, o Algarve surge em sétima posição com 15,3% e o Porto entra pela primeira vez no Top 10, em 10ºlugar, com uma valorização de 12,7%. Segundo o índice PIRI 100 (Prime International Residencial Index ) que identifica o desempenho de preços nos 100 maiores mercados residenciais de luxo do mundo, Lisboa ocupa a 40ª posição, com uma valorização de 6%.

“Desde que a Knight Frank começou a trabalhar no mercado português, há mais de duas décadas, no Algarve, e desde 2019 em Lisboa, Porto e Setúbal com a Quintela e Penalva, temos visto um aumento da procura de produto residencial. Portugal deixou de ser um mero local de residência de férias para um dos destinos de localização mais populares para famílias que procuram uma mudança de estilo de vida”, explica Alex Koch de Gooreynd.

Para o sócio da Knight Frank e responsável pelos mercados português e suíço, para além do clima , a segurança e a relativa acessibilidade dos preços do imobiliário explicam a grande atratividade de Portugal. Destaca que o programa Residentes não habituais atraiu muitos britânicos e europeus do Norte, mas não é apenas o benefício fiscal que está a levar estas famílias a escolher Portugal. “O enorme investimento em infraestruturas das últimas duas décadas proporcionou uma acessibilidade muito melhor em todo o país, melhorou e aumentou a variedade de escolas internacionais, bem como incentivou a criação de centros de negócios”, acrescenta.

Sobre o crescimento do Porto, que entra no top 10 das valorizações, o sócio da Knight Frank destaca que “para um investidor, os números falam por si, com os preços de aluguer a curto prazo a atingirem o mesmo valor que no centro de Lisboa, mas com o custo do imobiliário ainda muito acessível, quase 30% menos do que no centro de Lisboa”. No entanto, alerta para o facto desta oportunidade estar a desaparecer rapidamente, uma vez que a melhoria da qualidade e o aumento da procura estão a fazer subir os preços cada vez mais, com mais de 12% registados no ano passado.

Perante a atual conjuntura, Alex Koch de Gooreynd , reconhece que os mercados imobiliários estão a abrandar globalmente com o aumento do custo da dívida. “Estou certo de que Portugal também assistirá a um abrandamento dos aumentos de preços a que assistimos no ano passado”. Mas, o responsável considera que o previsível abrandamento “não sugere uma crise, uma vez que a procura continua a ser elevada e os níveis de stock de qualidade continuam baixos, mas os preços poderão estagnar e prevemos um aumento mais moderado no próximo ano”.

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