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Governo presta “apoio total” à nova Rede de Câmaras de Comércio

© Luís Vieira Cruz

A recém-criada Rede de Câmaras de Comércio Portuguesas no Mundo (RCCPM) cumpriu entre quinta e sexta-feira, em Lisboa, o seu primeiro encontro anual. Neste âmbito, marcaram presença num almoço e num serão de debate, respetivamente, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, e o ministro da Economia, Pedro Reis, que se mostraram disponíveis para trabalhar em estreita colaboração com esta associação. Também o primeiro-ministro, Luís Montenegro, recebeu na sua residência oficial, no Palacete de São Bento, a comitiva, reforçando as palavras dos seus ministros. O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, foi a última entidade a receber a comitiva, desta feita nos seus Passos do Concelho.

A manhã da passada quinta-feira ficou marcada pela primeira Assembleia Geral de sempre da Rede de Câmaras de Comércio Portuguesas no Mundo (RCCPM), uma associação que integra as 64 estruturas lusas existentes ao redor do globo.

Foi durante uma reunião nas instalações da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP), em Lisboa, que Carlos Vinhas Pereira, líder da Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa, acabou nomeado como primeiro presidente da história desta associação fundada há menos de um ano, mais precisamente em agosto de 2023.

Durante os últimos dois dias, a agenda desta recém-criada Rede foi exigente. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, abriu as hostes de um almoço-debate dirigindo palavras de apreço pela criação desta estrutura que espera poder coordenar-se com a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) de forma a fazer face à atual economia, que diz ser “mais rápida, mais volátil e mais digitalizada”.

Logo após o almoço, teve lugar no salão nobre da CCIP mais um momento que para sempre ficará gravado na história de ambas as instituições: a assinatura de um protocolo de colaboração entre o presidente anfitrião, Rui Miguel Nabeiro, e Carlos Vinhas Pereira.

Ao BOM DIA, o principal responsável pela RCCPM explicou, contextualizando, que “antigamente não havia uma estrutura com existência jurídica a atuar neste campo”. Quem o fazia, recordou, “era um departamento da CCIP”. Respeitando esta ligação de largos anos, a Rede das Câmaras de Comércio Portuguesas no Mundo decidiu manter a Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa por perto: “Quisemos reconhecer que foi a CCIP que durante estes anos todos permitiu criar estas condições para as câmaras de comércio terem visibilidade… Portanto, quisemos continuar esta relação com a CCIP e este acordo de cooperação foi o nosso primeiro passo”, frisou.

Na sequência deste momento, retomaram-se os trabalhos com uma longa reunião – fechada à comunicação social -, onde foi, essencialmente, debatido o futuro desta nova estrutura.

Sabe o BOM DIA que passa pelas prioridades da RCCPM a implementação de um site, a contratação de funcionários, a aposta num gabinete de comunicação e a criação de uma newsletter que permita difundir as atividades levadas a cabo pelos 64 membros fundadores.

Também ao nosso jornal, Carlos Vinhas Pereira adiantou que há uma clara vontade do grupo em “participar nas reuniões da Diplomacia Económica que se fazem em janeiro” e que, além deste objetivo, está já a ser planeado o segundo Encontro Anual, que “deverá ser no continente asiático”.

Se durante a hora de almoço o titular da pasta dos Negócios Estrangeiros se debruçou sobre a temática “A importância da diáspora empresarial no investimento direto em Portugal, incentivos existentes ou futuro”, o ministro da Economia, Pedro Reis, dissertou durante o jantar de gala promovido para encerrar o primeiro dia de trabalho sobre “Sinergias de trabalho entre a RCCPM, a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e as Associações empresariais e setoriais”.

Na sua intervenção Pedro Reis referiu que Portugal deve voltar a focar-se rapidamente no seu crescimento económico, lançando as bases para que as empresas portuguesas consigam implementar-se no mercado da exportação e que as companhias estrangeiras comecem a ver o nosso país como um lugar de reais oportunidades de negócio.

O governante dirigiu-se ainda, de forma muito direta, à plateia, recordando que enquanto estiver no cargo de ministro da Economia irá apoiar “esta nova associação de embaixadores de Portugal além-fronteiras”.

E se quinta-feira foi um dia de trabalho para todos os envolvidos, o segundo serviu, sobretudo, como forma de cimentar o nome e os desígnios da RCCPM de forma institucional.

O primeiro ponto da agenda prendeu-se com uma visita à Assembleia da República, seguida de uma receção pelo próprio primeiro-ministro de Portugal, o social-democrata Luís Montenegro, na sua residência oficial – o Palacete de São Bento.

Neste encontro formal, no qual fez questão de cumprimentar um por um todos os membros da extensa comitiva, Luís Montenegro disse também ter ficado “muito agradado” por ter tido a oportunidade de “receber todas estas câmaras de comércio, especialmente juntas […], provando união”.

Desta forma, endereçou aos convidados palavras de “esperança, confiança e agradecimento”: “Queria aqui prestar o meu reconhecimento pelo vosso esforço e dizer-vos que contamos convosco para [fazermos deste] um país mais rico e mais próspero”.

Por fim, exortou os responsáveis a dinamizarem iniciativas com os ministros do seu governo sempre que estes visitem os países onde as suas câmaras de comércio laboram.

Terminada a reunião no Palacete de São Bento, a comitiva regressou à Assembleia da República para almoço, aguardando pela hora em que seguiria para a Câmara Municipal de Lisboa (CML), para ser recebida pelo edil Carlos Moedas.

Chegados à CML, os membros da RCCPM dirigiram-se ao Salão Nobre dos Paços do Concelho, onde o autarca recordou o seu passado cá fora: “Fui novo para França, para Nova Orleães, e sei o que é ser emigrante. Sei o que foi chegar nos anos 90, sozinho, sem quase falar francês. Por isso, identifico-me com vocês e com as nossas comunidades, identifico-me muito com a nossa diáspora desde sempre”.

Como forte impulsionador das Startups na capital, Carlos Moedas mencionou também que “todas as câmaras de comércio são bem-vindas para investir em Lisboa” e deu o exemplo da Fábrica de Unicórnios, que tem atraído diversas empresas avaliadas em mais de mil milhões de dólares.

Em jeito de término, o autarca reiterou ter sempre “a porta da CML aberta para os membros da RCCPM” e despediu-se com a entrega a Carlos Vinhas Pereira de uma estatueta do santo padroeiro de Lisboa.

O Primeiro Encontro Anual da Rede das Câmaras de Comércio Portuguesas no Mundo terminou com uma visita à Unicorn Factory de Lisboa, seguida de um jantar no Kais Restaurante Bar.

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