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Governo madeirense agradece aos luso-venezuelanos que regressaram

O diretor regional das Comunidades e Cooperação Externa da Madeira, Rui Abreu, destacou a contribuição que os luso-venezuelanos regressados ao arquipélago têm dado à região, sublinhando que foram “um bem” para a Região Autónoma da Madeira (RAM).

“A Venezuela não vive os melhores momentos, todos sabem, não vale a pena estar aqui a explicar porquê. Há uns anos, poucos, houve um número acentuado de 10 mil a 12 mil pessoas que tiveram de regressar da Venezuela para a Madeira […]. Eu quero que saibam que não foi para o Governo drama nenhum, o regresso de madeirenses à sua terra. Não foi um fardo como muita gente diz, e que não sabe bem daquilo que fala”, disse.

Rui Abreu falava no Centro Português de Caracas, durante as celebrações do Dia da Região Autónoma da Madeira, que reuniram um milhar de pessoas, e durante as quais o cônsul honorário de Portugal em Maracay foi distinguido como “madeirense ilustre” pela Comissão Pró-Celebração do dia da RAM na Venezuela.

Outros seis portugueses também foram agraciados pelo Governo madeirense.

“A Madeira está sempre pronta para receber os seus filhos. Importante, quero que isso fique aqui bem claro: o regresso de pessoas da Venezuela, de madeirenses, de portugueses da Venezuela à Madeira, foi um bem para a Madeira”, sublinhou o diretor regional das Comunidades e Cooperação Externa.

Rui Abreu referiu-se “à imensa falta de mão-de-obra que há na Madeira” e ao facto de, agora, “nas lojas comerciais, bares, restaurantes, hotéis”, haver “sempre uma voz a falar espanhol, que não é com certeza de Espanha, mas é da Venezuela”.

“Nós fechámos escolas, muitas escolas. Nós perdemos 9.000 alunos em 10 anos, não sei se têm a ideia disso, e daqui da Venezuela inscreveram-se nas nossas escolas 2.000 crianças e jovens [luso-venezuelanos], de que nós estamos a precisar. Portanto, aquilo que alguns dizem sobre o regresso de portugueses aqui da Venezuela, não é bem [verdade], porque não conhecem a realidade”, explicou.

O governante começou por explicar que a autonomia da Madeira tem quase 50 anos e que “não é preciso dizer muito sobre a transformação que teve”, porque “isso é visível” e todos “veem a grande transformação que a nossa terra sofreu”.

“A autonomia foi de facto uma grande conquista, que tanto a Madeira como os Açores tiveram, quando se transformaram em regiões autónomas de pleno direito dentro do Estado Português, porque também temos orgulho em ser portugueses”, frisou.

Rui Abreu deu os parabéns “à Comissão do Dia da Madeira pela integração de membros novos”, por ser “uma lufada de ar fresco”, sublinhando que “nas celebrações deste ano já se nota essa força”, acrescentando que “voltamos aos tempos antigos, e muitos vós sabem aquilo que eu estou a dizer”.

Explicou que a Madeira não se resume a uma pequena ilha, que tem “quase 1,5 milhões de madeirenses, das várias gerações, espalhadas por todo o mundo”.

Ainda sobre a Venezuela, recordou que “atravessa momentos delicados” e que não está representada na totalidade “nesta sala”, onde decorreram as comemorações, sublinhando que “esta é uma face de uma moeda que tem a outra face também”, com “algumas pessoas que vivem com dificuldades mesmo”.

Explicou que visitou as localidades caraquenhas de Cátia, as avenidas Baralt e San Martín, e outros sítios onde encontrou “uma realidade completamente diferente do que é a Venezuela, que muitas vezes nos esquecemos, mas ela existe”.

Rui Abreu disse ainda que, em nome do Governo da Madeira, fez chegar cerca de 22.000 euros, no total, a quatro instituições, nomeadamente o Lar da Terceira Idade Padre Joaquim Ferreira, o Lar Geriátrico Luso-venezuelano de Maracay, as Damas de Beneficência e a associação Regala Una Sonrisa (Dê um sorriso).

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