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Gouveia e Melo na rampa de lançamento

Patrícia Gaspar eclodiu dos incêndios de 2017 e 2018 enquanto comandante operacional nacional da Autoridade Nacional da Protecção Civil (ANCP), com a sua profícua eloquência que reflectia a sua capacidade de trabalho, que, por sinal, nos transmitia confiança, bem agastados que quase todos nós, portugueses, estávamos naqueles dias.

Sem querer sexualizar isto – que é exactamente o que quero fazer destrinça – não sei se diga que esta exuberância radica de Patrícia Gaspar ser mulher – género que tantas vezes evocamos, por mor de enorme capacidade, e simultaneamente, tantas outras vezes evocamos o desiderato – aqui, sim: sexista, de que a mulher é menos competente.

No caso de Patrícia Gaspar, invocamos mais essa clarividência pelo facto de ao tempo desempenhar funções “tradicionalmente masculinas ou ‘masculinalisáveis'”.

Isto fez com que ela, com exactérrima competência, fosse chamada, na Legislatura seguinte, ao exercício de Secretária de Estado da Administração Interna, ainda, ou não sei se por isso, a vejamos de salto alto e cabelo bem alinhado que evidenciam, definem muito mais o seu género de mulher.

Agora vamos tendo o vice-almirante Henrique de Gouveia e Melo a emergir através do seu excelente trabalho enquanto coordenador da chamada task force da vacinação contra o Covid-19 em Portugal.

A sua qualidade de militar, que muitos portugueses valorizam, associada à simpatia que têm pelo general Ramalho Eanes – primeiro Presidente da República eleito e que ainda hoje é muito estimado, quero crer que é responsável pela simpatia que o coordenador da designada task force colhe de muitos portugueses.

O vice-almirante vinha fazendo o seu trabalho discretamente (ainda que fardando… camuflado, mas isso é, ainda, outro assunto). No entanto, e eu compreendo o apelo que é a visibilidade pública, passou a responder a essa sedução mediática.

Isto mereceu ontem a serôdia condecoração pelo Presidente da República (PR). Temos que ver sempre e em particular os agraciamentos de Marcelo Rebelo de Sousa aos olhos de MRS. Marcelo, a título “da sua carreira militar atribuiu a Grã-Cruz da Ordem Militar de Avis” ao vice-almirante.

É certo que já se aventavam cargos públicos ou políticos ao vice-almirante Henrique de Gouveia e Melo, associando sempre à ideia do General Ramalho Eanes por mor da boa impressão que os portugueses têm do desempenho dos militares. Prodigaliza-se já uma candidatura à Presidência da República ao vice-almirante.

Não sei. Sei que os dados estão lançados para o vice-almirante Gouveia e Melo.

Mário Adão Magalhães

(Não pratico deliberadamente o chamado Acordo Ortográfico).

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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