Gosto do Natal. Mesmo nas suas incongruências, mesmo nas suas adulterações. Gosto dele desenhado nas luzes, nas coroas das portas, no aroma da canela e dos fritos, no cansaço das lareiras, no apelo ao afecto. Gosto das ruas debruçadas ao som dos enfeites, das montras abertas ao olhar maravilhado. Gosto do riso das crianças e do vermelho e verde espalhado nas mãos. Da mesa com velas, das velas com magia.

Gosto dos postais que se enviam, das purpurinas que deles se soltam tingindo dedos e sorriso. Gosto das arvores de natal e do encantamento que me dão como se infantilmente me perdesse em rotas de fadas e elfos. Gosto dele cinzelado nas retinas dos meus filhos, na minha mesa grande, nos rostos brandos dos meus pais.

Gosto do Natal. Todas as coisas más que dizem dele não me causam incómodo. Alguém consegue levar um apaixonado a ver o lado mau do ser amado?