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Francisco Assis demite-se de cargo europeu

O eurodeputado português Francisco Assis demitiu-se do cargo de coordenador dos socialistas europeus na Assembleia Parlamentar Euro-Latino-Americana (EuroLat) por ter sido impedido de intervir num debate de emergência sobre a Venezuela no Parlamento Europeu, culpando o grupo.

“Era o coordenador para o EuroLat dos socialistas e a verdade é que não me permitiram falar num debate sobre a Venezuela. Foi a primeira vez que isso aconteceu, eu falei em todos os debates”, afirmou Francisco Assis, falando aos jornalistas portugueses à margem da sessão plenária do Parlamento Europeu, que decorre em Estrasburgo.

Para o eurodeputado, “a responsabilidade direta é de quem” não o deixou falar, isto é, a Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas (S&D, sigla em inglês).

Porém, de acordo com Francisco Assis, não foram dadas “justificações plausíveis”.

Confrontado com esta situação, o também eurodeputado socialista Pedro Silva Pereira vincou que “a delegação do PS não tem nenhuma interferência na distribuição dos tempos de intervenção” na sessão plenária, rejeitando responsabilidades da bancada socialista neste caso.

“Isso é uma questão entre o deputado Francisco Assis e a direção do grupo parlamentar socialista europeia aqui no Parlamento Europeu”, salientou, afirmando, porém, desconhecer “os termos desse processo” de demissão.

A EuroLat foram criada em 2016, sendo que Francisco Assis estava no cargo há dois anos e meio.

A notícia foi avançada pelo jornal ‘online’ Observador.

O debate de urgência sobre a Venezuela decorreu na terça-feira à tarde em plenário, sendo que quem interveio pelo PS foi a eurodeputada Ana Gomes.

Paulo Rangel (PSD), José Inácio Faria (eleito pelo MPT) e João Pimenta Lopes (CDU) foram os outros eurodeputados portugueses que discursaram.

O debate surgiu numa altura de crise política na Venezuela, que se agravou desde o passado dia 23 de janeiro, quando Juan Guaidó se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.

Guaidó contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um Governo de transição e organizar eleições livres.

Nicolás Maduro, no poder desde 2013, denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.

Cerca de 50 países, incluindo a maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, já reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.

Na Venezuela residem cerca de 300 mil portugueses ou lusodescendentes.

Os mais recentes dados das Nações Unidas estimam que o número atual de refugiados e migrantes da Venezuela em todo o mundo situa-se nos 3,4 milhões.

Só no ano passado, em média, cerca de 5.000 pessoas terão deixado diariamente a Venezuela para procurar proteção ou melhores condições de vida.

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