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Festival de curtas portuguesas regressou a Berlim

© Álvaro Magalhães / BOM DIA

Após o abrandamento da pandemia, Berlim recebeu presencialmente, no passado dia 29 de abril, a 11.ª edição do New York Portuguese Short Film Festival (NYPSFF), onde foram apresentadas algumas das curtas-metragens submetidas a concurso.

Num dia em que a sala de cinema do Babylon esteve praticamente lotada, sobretudo devido à presença de portugueses e alguns não lusófonos, a equipa do BOM DIA esteve presente e recolheu impressões da organização e de alguns dos espectadores mais atentos.

“[O festival] é sempre uma surpresa, muito criativo e repleto de jovens talentos”, afirmou Maria Lurdes Sousa, chefe do escritório de representação da Caixa Geral de Depósitos (CGD) na Alemanha, um dos apoiadores do festival. A responsável considerou também a presença de algumas temáticas interessantes, como o “me too” e a emigração, “embora esta última tenha sido abordada de forma ‘tristonha e um pouco clássica’, explicou.

Quanto aos aspetos mais positivos, Maria Lurdes Sousa disse ter apreciado a curta-metragem sobre a África do Sul, “um país com muitos portugueses, grandes contrastes, porém, retratada com uma mensagem positiva”.

“Uma vez que a CGD é o banco mais internacional em Portugal, pois está presente em todos os continentes, e a Arte Institute é uma organização que promove a cultura portuguesa pelo mundo e amplia a comunidade portuguesa, faz todo o sentido a associação entre ambos”, colmatou Maria Lurdes Sousa.

Junto de um grupo de jovens, com idades entre os 23 e os 31, uns em Berlim através de programas de estágio, outros com emprego fixo, as opiniões divergiram da chefe do escritório de representação da CGD. Alguns consideraram que “os argumentos não foram muito inovadores”, apesar de existirem curtas-metragens “com bons planos e bem produzidas”. O grupo afirmou ainda que iniciativas deste género “são importantes e interessantes”, mas deixou como sugestão para próximas iniciativas a introdução de um pequeno intervalo.

Por fim, o BOM DIA recolheu as declarações de Ana Ventura Miranda, responsável pelo certame, que assinalou a importância deste regresso às salas após duas edições em modo digital.

“Em Berlim houve um ‘overbooking’ do cinema, o que obrigou a alteração da data do festival, que se realizou a uma sexta-feira, ao invés de se realizar a uma quinta-feira, que é um dia que funcionaria melhor em Berlim. Com a saída da pandemia o objetivo é, pelo menos, igualar as edições anteriores, assim que se entender o público e como a pandemia alterou os seus hábitos e necessidades, far-se-ão as alterações necessárias”, referiu Ana Ventura em relação às mudanças que poderiam ser feitas à organização do evento.

A organizadora do evento sublinha também que as comunidades estão a ter iniciativas diferentes das que tinham há umas décadas porque “há outro tipo de emigração, que acaba por trazer um pouco do Portugal contemporâneo. No entanto, o Arte Institute é o pioneiro. Todas as pessoas diziam que não existia espaço para o Portugal contemporâneo, mas, como está mais que provado, há espaço até fora das comunidades. Os próprios países, as pessoas locais e outras comunidades estão muito abertas à cultura contemporânea portuguesa”.

Apesar dos desafios encontrados, a organizadora do festival faz um balanço positivo e afirma que “continua a existir uma grande diversidade de filmes e de género”. Apesar da pandemia, foram recebidas muitas candidaturas, dentro das quais se encontravam realizadores estrangeiros a querer entrar no festival, mas que não puderam concorrer, visto que o festival era exclusivo para candidatos portugueses.

“Mesmo com a pandemia continuou-se a produzir curtas e o trabalho do Arte Institute só complementou o esforço dos realizadores para fazerem as suas produções”, finalizou a responsável..

#portugalpositivo

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