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Ex-inspetor da PJ diz que Christian Brueckner é bode expiatório

As polícias alemã, inglesa e portuguesa identificaram o alemão Christian Brueckner como o principal suspeito do desaparecimento de Madeleine McCann, há 13 anos. O suspeito está preso na Alemanha e terá estado na Praia da Luz, em maio de 2007, altura em que a criança desapareceu. Gonçalo Amaral, antigo inspetor da Polícia Judiciária que investigou o caso Maddie, antecipou o novo suspeito no ano passado. “Será ele provavelmente o bode expiatório”, disse Amaral, referindo-se a Brueckner. Na altura, em declarações ao podcast Maddie da Nine.com.au, o ex-inspetor disse que a polícia inglesa estava a “preparar o fim da investigação, com um pedófilo alemão que está na prisão agora”.

Amaral disse que o germânico já tinha sido investigado pela Policia Judiciaria na época, “tendo sido descartado como suspeito. A caravana em que ele morava foi levada para a Alemanha para testes, mas nada foi encontrado”, disse Gonçalo Amaral. Mais tarde, em novembro do mesmo ano, o antigo inspetor da PJ reiterou que a imprensa britânica estava errada ao apontar um alemão condenado a prisão perpétua como a nova linha de investigação.

“Aquilo que eu sei é que não é esse”, atirou, sugerindo que o suspeito das autoridades inglesas e alemãs era um outro cidadão germânico.

Na altura, Gonçalo Amaral disse também que o suspeito tinha muitas semelhanças físicas com com Gerry McCann, o pai de Maddie.

Christian Brueckner está preso pela violação de uma mulher norte-americana de 72 anos. Em tribunal, quando estava a ser julgado pelo crime, disse que escolheu Lagos, no Algarve, para viver porque gostou do nome da cidade.

“Era muito reservado, não falava com ninguém, lembro-me que andava num Jaguar antigo e pouco mais”, recorda uma vizinha, citada pelo Expresso. “Andava arranjado, não era um hippie”.

Brueckner é também suspeito de cometer várias atividades criminosas, desde a venda de droga ao furto de combustível de viaturas, passando por assaltos a apartamentos de turistas. A teoria é que o alemão terá entrado no apartamento do casal McCann em Lagos para o assaltar, mas por razões desconhecidas, terá acabado por raptar a criança que dormia lá com os dois irmãos.
Cinco pedidos de cooperação internacional

O alemão suspeito de estar envolvido no caso Madeleine McCann foi alvo de cinco pedidos de cooperação judiciária internacional, dirigidos ao Ministério Público português, incluindo no processo que investiga o desaparecimento da criança inglesa.

Questionada pela agência Lusa sobre os processos crime nos quais o cidadão alemão Christian Brueckner esteve envolvido, a Procuradoria-Geral da República (PGR) informou hoje que não foi localizado, na comarca de Faro, qualquer inquérito, mas houve “cinco pedidos de cooperação judiciária internacional em que o nome é mencionado”.

Segundo a PGR, tais pedidos reportam-se a um processo que foi arquivado em fevereiro de 2006 e que correu termos contra desconhecidos “e ao processo em que se investiga o desaparecimento de Madeleine McCann”.

Os procuradores do Ministério Público alemão acreditam que Madeleine McCann foi assassinada. O investigador Christian Hoppe, do Bundeskriminalamt, revelou que a criança pode ter sido alvejada quando o suspeito assaltava o apartamento da família.

Numa entrevista à ZDF, o investigador disse, no entanto, que ainda não descarta o sequestro, nem um ataque provocado por motivos sexuais, mas frisa que a investigação indica que “a criança está morta”. “Não podemos excluir essa possibilidade. Mas também é possível que o suspeito, depois de uma intenção inicial de roubo, tenha depois cometido um crime sexual.”

A família de Madeleine McCann procura respostas no caso em que foi identificado um suspeito na Alemanha, nomeadamente saber por que razão as autoridades alemãs acreditam que a menina está morta.

Embora numerosos suspeitos tenham surgido anteriormente no âmbito da longa investigação policial, o porta-voz da família McCann, Clarence Mitchell, disse que “parece que há algo diferente desta vez”, numa alusão aos indícios.

“Em mais de 13 anos que levo a trabalhar com a família McCann, não me lembro da polícia ser tão específica sobre um suspeito”, disse Mitchell à Sky News.

 

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