A economia portuguesa crescia acima da média europeia e o país convergia pelo terceiro ano consecutivo.
O saldo orçamental e o saldo demográfico eram positivos e haviam sido criados mais de 350 mil novos empregos. Era assim que Portugal estava quando o Mundo foi assolado pela covid-19. Esta evolução foi apenas momentaneamente interrompida, pois os esforços e recursos tiveram de estar concentrados neste combate.
A pandemia global alterou as nossas condições de vida, quebrou o encontro social presencial, limitou a proximidade e diminuiu a qualidade de vida. Destruiu empresas e força para empreender e acentuou a pobreza.
Mas não faltou vontade e entrega para vencer a pandemia e a crise económica e social. Mesmo os mais céticos em relação ao sistema político democrático têm o dever de reconhecer que as instituições políticas têm estado à altura do desafio. Na generalidade, o espírito de lealdade, cooperação e solidariedade foi irrepreensível, apesar de haver sempre falhas e coisas que podiam ter sido feitas de outra forma.
Contudo, o ano de 2020 termina com sinais de confiança. Num tempo recorde, a ciência desenvolveu uma vacina e a União Europeia deu mostras da sua vitalidade e utilidade ao empreender a aquisição conjunta das vacinas, permitindo que a esperada imunidade possa ter sucesso pelo facto de os cidadãos europeus estarem a ser vacinados em simultâneo e em massa.
Em 2021, o Governo terá de continuar a lutar para vencer este inimigo invisível e, para tal, é essencial que todos concorram para a estabilidade. Combater a pandemia, mas também a transição climática, energética e digital, o desafio demográfico e a luta contra as desigualdades são fatores críticos para a recuperação económica e o desenvolvimento sustentado. Há muito o Governo estabeleceu as prioridades certas. Haja estabilidade política e mãos à obra!
*Secretário-geral-adjunto do PS