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Espuma sem espuma

Mataste-me o sorriso.
Um sorriso de qualquer alguém
Foi morto.
Mataste-me o tempo. Anos.
Os dias são disfarces de tempo
Que vejo correr – talvez voar
De modo que quando se dá por um mês
Ele já acabou.
Um ano, também, é um instante.
Num repente se fala em Natal
– Sim, Natal é mais notório,
E já se fala em acontecimentos
Que vão acontecer no Outono
E daí a mais nada, no Inverno
Feio, triste, desagradável. Ruim. Indesejável.
Teu ventre não foi meu.
Os seios nem olhei. Nunca.
Nunca me deste um beijo.
Nunca te sulquei o corpo.
Que bom, porque mete nojos.
A repulsa que teria se te houvesse usado
Como uma comborça qualquer
Seria anuviante. Não tenho vómitos para isso.
O teu mau jeito, a esconseza
Indigna de se ver em público,
A tua prosápia – a jactância,
Tornam-te a doutora que te achas
Porque o dinheiro comprou…
E que é isso?
É o esquife de uma barregã.
Mário Adão Magalhães, 015/07/22  01, 48h
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