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Espanha celebra 450 anos de “Os Lusíadas”

© DR

Luís Vaz de Camões está no centro de uma exposição que abre na quinta-feira, em Toledo, Espanha, na qual serão exibidas mais de 60 “joias” de fundos de instituições espanholas, incluindo um exemplar da primeira edição de “Os Lusíadas”.

“Camões no 450.º aniversário de Os Lusíadas (1572-2022)” estará na Biblioteca de Castilla-La Mancha até 22 de janeiro de 2023 e pretende “aprofundar o conhecimento da figura de Vaz de Camões, e em concreto o seu vínculo com Espanha”, a que o unia a origem galega, que lhe permitiu dominar a língua castelhana, como ficou demonstrado nas suas obras, e à cidade de Toledo, “tão presente na história” de Portugal, escreveu a diretora da instituição, Maria Dolores Cristóbal, no catálogo da exposição.

“Para tal, a Biblioteca de Castilla-La Mancha apresentará, numa oportunidade única para o público, investigadores e estudiosos da obra de Camões, mais de 60 joias notáveis da sua Coleção Borbón-Lorenzana, uma das mais importantes coleções patrimoniais da nossa região e do nosso país, tanto pelo seu volume como pelas características particulares das suas cópias e pela singularidade de muitas delas. Todos estes textos estão relacionados com Portugal e com a obra de Camões e nunca foram expostos”, lê-se no mesmo texto.

A exposição está organizada em cinco secções: o contexto histórico-cultural de Camões, as fontes literárias de Camões, as edições e traduções das suas obras, a influência de Camões na cultura hispânica e “colófon”, na qual se expõe um dos primeiros exemplares de “Os Lusíadas”, de 1572, o ano em que pela primeira vez a obra foi impressa, em Lisboa.

Este exemplar de “Os Lusíadas” será exposto com outro de 1516 do “Cancioneiro Geral”, de Garcia de Resende, e os dois são propriedade do fundo do Instituto Valencia de Don Juan, de Madrid, onde foram recentemente descobertos pelos investigadores da Universidade Complutense Barbara Fraticelli e Aurelio Vargas Díaz-Toledo, que são também os comissários da exposição que será inaugurada na quinta-feira.

A exposição integra obras de outros autores portugueses contemporâneos de Camões, como Francisco de Andrade, João de Barros, Francisco Sá de Miranda ou Damião de Góis e outras de nomes da literatura universal, como Homero, Virgílio, Dante ou Petrarca.

Um exemplar de 1704 de “D. Quixote de La Mancha”, de Miguel de Cervantes, faz também parte da exposição, a par de obras de outros autores espanhóis, como Garcilaso de la Vega, Juan Boscán ou Lope de Vega.

“Através destas obras, conhecemos o momento histórico e social que acompanhou a vida de Camões, as fontes que o inspiraram a escrever a sua obra, e a extensão da sua influência na literatura espanhola e mundial”, escreveu a diretora da Biblioteca de Castilla-La Mancha.

A exposição “Camões no 450.º aniversário de Os Lusíadas (1572-2022)” resulta de uma cooperação entre a Biblioteca de Castilla-La Mancha com a Embaixada de Portugal em Espanha, a Universidade Complutense de Madrid, o Instituto Valencia de Don Juan e a Junta de Comunidades de Castilla-La Mancha.

A iniciativa integra também a 20.ª edição da Cultura Portugal, organizada anualmente pela Embaixada de Portugal em Espanha, em colaboração com entidades dos dois países.

A Cultura Portugal, com eventos previstos entre setembro e dezembro em diversos pontos de Espanha, “celebra a cultura portuguesa através da sua literatura, da sua música, do seu teatro, da sua dança e de outras disciplinas artísticas diversas”, segundo a Embaixada portuguesa.

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