As eleições legislativas na Polónia, país há oito anos liderado pelo partido nacionalista populista Lei e Justica (PiS), realizam-se a 15 de outubro, em conformidade com os prazos constitucionais, anunciou esta terça-feira o Presidente polaco.
“Decidi que as eleições se realizarão a 15 de outubro de 2023”, escreveu Andrzej Duda na rede social X (antigo Twitter), assinalando o início oficial de uma campanha eleitoral que há meses está informalmente em andamento e está a ser moldada pela guerra da Rússia contra a Ucrânia.
Os cidadãos polacos irão às urnas para escolher 460 deputados da câmara baixa do parlamento, o Sejm, e 100 senadores para a câmara alta, e ambos os escrutínios decorrerão nesse domingo.
Segundo as sondagens, o PiS, no poder desde 2015, está em condições de vencer as eleições pela terceira vez consecutiva, sem contudo obter a maioria necessária para governar sozinho.
Recentes estudos de opinião atribuem aos nacionalistas-populistas cerca de 33% das intenções de voto, à frente da principal formação da oposição centrista, a Plataforma Cívica (PO), liderada pelo antigo presidente do Conselho Europeu Donald Tusk, que conta com o apoio de entre 26% e 32% dos eleitores.
O partido de extrema-direita nacionalista-libertário e antieuropeu Confederação ocupa a terceira posição, com cerca de 12% dos votos.
A esquerda e uma coligação do partido camponês PSL e do partido de centro-direita Polska 2050 obterão ambas entre 10% e 11% dos votos, segundo diferentes sondagens realizadas no final de julho.
A campanha eleitoral começa numa altura em que se faz sentir na Polónia uma preocupação acrescida devido à presença de mercenários do grupo russo Wagner ao longo da fronteira nordeste daquele Estado-membro da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental) com a Bielorrússia, país ao qual chegaram aos milhares após uma revolta fracassada na Rússia no final de junho.
As tensões também têm aumentado com a aliada Ucrânia, situada a sudeste do território polaco, por causa da importação de cereais e memórias históricas de conflitos étnicos.