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Do Luxemburgo para o mundo: casal de emigrantes dá a volta ao globo de mota

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Viajar sem pressa, sem horários rígidos e sem um destino final definido. É assim que Tânia Dias e Marco Bento estão a viver há quase três anos, numa jornada épica sobre duas rodas que os levará pelos cinco continentes. O casal, que se conheceu no Luxemburgo, partiu em 2022 para cumprir o sonho de dar a volta ao mundo de mota. Pelo caminho, já atravessaram a Europa, a Ásia e, mais recentemente, chegaram ao continente americano. O objetivo? Regressar a Portugal apenas em 2027.

Tânia, natural de Coimbra, emigrou para o Luxemburgo há 20 anos e abriu um restaurante inspirado no universo motard, onde servia hambúrgueres e comida americana. Marco, que nasceu no Luxemburgo, é filho de pais transmontanos e membro do clube de motards mais antigo do país.

Foi no restaurante de Tânia que os seus caminhos se cruzaram, quando ela pediu ajuda a Marco para encontrar uma banda de rock que tocasse no espaço. Desde então, nunca mais se separaram. Além da paixão pela música e pelas motas, partilhavam um espírito aventureiro. Durante anos, viajaram juntos pela Europa, sem grandes planos nem reservas, apenas com as tendas e a vontade de explorar novos destinos.

Mas, com o tempo, a Europa começou a parecer pequena demais. Marco sentia-se pressionado pelo ritmo de vida no Luxemburgo e quis ir mais longe. Tânia aceitou embarcar na aventura de uma vida: dar a volta ao mundo de mota.

O plano inicial era partir em 2020, mas a pandemia obrigou-os a adiar a viagem. Durante esse tempo, prepararam-se financeiramente e venderam tudo o que puderam para financiar a aventura. Tânia deixou o restaurante para trás, enquanto Marco tirou uma licença sem vencimento de cinco anos no trabalho.

Com um orçamento apertado de 40 euros por dia, partiram finalmente em 2022, levando apenas as suas duas BMW e o seu fiel companheiro de viagem, o cão Spike.

As verdadeiras dificuldades começaram fora da Europa. Na Turquia, Irão, Paquistão e Nepal, tiveram de aprender a adaptar-se a novas culturas e a ultrapassar preconceitos. “Com tudo o que nos bombardeiam na Internet, somos impingidos com tantas coisas más sobre os muçulmanos. Tudo isso foi desconstruído quando entrámos nestes países. No Iraque, além das paisagens incríveis, a maior surpresa foram as pessoas”, admitiu o casal em entrevista à NiT.

No Iraque, por exemplo, foram recebidos de braços abertos pela população. Durante a sua estadia, não houve um único dia em que não fossem convidados para pernoitar em casas de locais.

A viagem também teve momentos difíceis. No Camboja, enfrentaram uma tempestade a bordo de um barco e perderam praticamente todos os equipamentos eletrónicos. No México, o maior golpe emocional: o cão Spike, que os acompanhava há 10 anos, foi diagnosticado com cancro e acabou por morrer. A perda abalou-os profundamente, mas, após um período de luto, decidiram continuar a viagem.

Agora, estão a explorar o México e o próximo será a Guatemala e, a partir daí, vão descendo até ao Panamá para depois se aventurarem pela América do Sul (onde vão explorar países como a Colômbia, o Peru e a Argentina, antes de atravessarem para África — o último continente da jornada).

O casal documenta a viagem através de vídeos no Instagram e no TikTok, onde são conhecidos como Vollgaskoppel. Inicialmente, os registos eram apenas para mostrar à família que estavam bem, mas rapidamente começaram a ganhar seguidores e a partilhar as suas experiências com uma audiência mais ampla.

Até 2027, Tânia e Marco vão continuar a viver a sua aventura, explorando o mundo ao ritmo das suas motas. Para eles, esta viagem é muito mais do que turismo: é uma lição de vida sobre resiliência, generosidade e a beleza da diversidade humana.

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