Discriminação de lusodescendente em França: “mais um Kévin português”
Kévin Pereira, lusodescendente a viver em Fleury-Mérogis, perto de Paris, precisava de um segundo estágio curricular. O jovem enviou um currículo para a OCS (empresa de televisão do grupo de telecomunicações Orange) e recebeu a resposta um exato minuto depois: “OK, mais um Kévin português. E ainda por cima aparentemente está na prisão.” Assinado Sébastien.
Kévin Pereira decidiu publicar uma imagem da reposta no Twitter (veja abaixo). E a história do estranho e-mail – que não lhe era dirigido, mas sim aos colegas do tal Sébastien, que se enganou e clicou na opção “responder a todos” em vez de “reencaminhar” – até já chegou ao governo francês.
Entretanto, o funcionário da OCS que enviou está “Temporariamente suspenso”, segundo informação da OCS que, em mensagem enviada ao lusodescendente, lamentou e condenou “o comportamento individual” do funcionário e garantiu que o lusodescendente seria convocado para uma entrevista para um estágio de “assistente editorial”.
Bonjour @OCSTV vous n’avez pas honte ? J’envoie une candidature à 12h06, à 12h07 je reçois une réponse destinée à d’autres employés qui fait allusion à mes origines et mon adresse (Fleury Mérogis dans le 91) ??
L’origine et la provenance sont encore des critères de sélection ?? pic.twitter.com/0rUu44RXj7
— 🙋🏽♂️ (@KevinKent_) October 14, 2020