Dia Internacional da Mulher e porque precisamos ainda de dias assim
A ideia de uma celebração anual de um dia da Mulher, surgiu nos Estados Unidos da América, pelo partido Democrata, quando organizou o Dia das Mulheres, em 20 de fevereiro de 1909, em Nova Iorque, numa manifestação pela igualdade de direitos civis e a favor do voto feminino, tão fundamental para uma democracia.
Depois de contributos importantes em 1910, em Copenhague, por Clara Zepkin, no início de 1917, graças a manifestações de trabalhadoras russas por melhores condições de vida e trabalho e contra a entrada da Rússia czarista na Primeira Guerra Mundial. No entanto, estes protestos foram brutalmente reprimidos, precipitando o início da Revolução de 1917, até porque foi um período conturbado na Rússia e na Europa, com a extrema esquerda e comunismo do Estalinismo em crescendo até à “grande fome” (na zona da Ucrânia principalmente), ao mesmo tempo que a extrema direita crescia com Hitler até à segunda Guerra mundial.
Na década de 1970, o ano de 1975 foi designado pela ONU como o Ano Internacional da Mulher e o dia 8 de março foi adotado como o Dia Internacional da Mulher pelas Nações Unidas, tendo como objetivo lembrar as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres, independente de divisões nacionais, étnicas, linguísticas, culturais, económicas ou políticas.
Contudo, enquanto o mundo precisar ter dias marcantes como este (não de celebração mas antes para trazer à consciência as desigualdades), é porque a igualdade de oportunidades das mulheres ainda não é justa nem igual, pelo que devemos continuar a lutar por um mundo melhor, com maturidade e bom senso.
Neste dia é importante salientar que feminismo é igualdade nas oportunidades com os homens, mas não é o femismo, que representa o “machismo feminino”, a opressão dos homens em relação às mulheres. Essa inversão não é igualdade, nem justiça. Importa ter a consciência madura desta realidade e continuar a lutar por um mundo mais sábio, corajoso perante as injustiças, com capacidade de comunicação, para criarmos soluções para as fragilidades (em vez de os agravarmos por radicalização ideológica e falta de comunicação).
O mundo real não é um algorítmo que nos valida e nos dá apenas o que queremos confirmar como acontece nas redes sociais. O mundo real é muito mais volátil, incerto, complexo e ambíguo. É por isso um desafio de adaptação que temos de assumir e nos responsablizar para continuarmos a construir um mundo, cada vez melhor.
O mundo melhora quando sabemos fazer pontes. Saibamos dialogar socraticamente, com os pontos de vista diferentes, que nos permite criar os caminhos para vivermos mais e melhor, juntos, em sociedade. Aumente a frequência das conversas no mundo real e não gaste tanto tempo a escudar-se ou esconder-se atrás dos comentários que alimentam apenas os nossos pontos de vida das redes sociais.
É a falar, na vida social real, que a gente se entende.
Ivandro Soares Monteiro
Psicólogo Clínico & das Organizações doutorado
Fundador & CEO da EME SAÚDE | Professor Universitário @ICBAS Assistente
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