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Desinformação sobre imigração chega a Portugal seguindo tendência europeia

O MediaLab do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e a Empresa (ISCTE-IUL) identificou as narrativas desinformativas na Europa, entre elas a imigração, e concluiu que, até ao momento, tiveram um efeito reduzido em Portugal.

As outras áreas em que se produziram mais ‘fake news’ e desinformação na União Europeia são a imigração, a guerra na Ucrânia, o clima, a covid ou até questões do quotidiano, como a proibição do papel higiénico devido às alterações climáticas, ou a retirada do ar dos pacotes de batatas fritas.

O trabalho de pesquisa consta do primeiro relatório produzido pelo MediaLab, ao abrigo de uma parceria com a Comissão Nacional de Eleições (CNE), para detetar e prevenir eventuais notícias falsas até às eleições europeias, e à qual a Lusa se associou.

Alguns dos conteúdos desinformativos na Europa também tiveram expressão em Portugal, mas as repercussões não foram muito expressivas.

Entre os casos citados de repercussão em Portugal conta-se um suposto Partido do Islão Português, que foi objeto de publicações e ‘posts’ nas redes sociais e até de uma publicação de André Ventura, líder do Chega, em que dizia ser “tempo de acordar” para “os sinais”.

O outro caso mostrava um homem ‘sikh’, no Metro do Porto, com uma adaga, uma espécie de punhal comprido e de lâmina larga, e que é considerado um objeto sagrado com significado religioso. Foi objeto de um ‘fact check’, do Polígrafo, e a imagem partilhada pelo partido Chega.

A imagem era verdadeira e o ‘post’ de André Ventura sobre o assunto, sublinhou o investigador José Moreno, “não é de desinformativo, é uma interpretação, uma extrapolação” do facto de “um homem ‘sikh’ ter andado no Metro do Porto com uma adaga a cintura”. 

Estes são dois exemplos que levam o MediaLab “a confirmar que a imigração é um dos temas desinformativos europeus centrais em Portugal”.

Conteúdos nacionais, ‘made in Portugal’, não foram detetados nos últimos meses, mas o investigador do MediaLab afirmou que a narrativa contra António Costa, com a alegação de que estava de férias quando se deram os incêndios de Pedrógão, em 2017, foi usado, em Espanha, com o primeiro-ministro depois de Pedro Sánchez comunicar que ficaria no Governo apesar das alegações de tráfico de influências à sua mulher.

As férias do ex-primeiro-ministro, explicou Gustavo Cardoso, foi um caso de desinformação autóctone, portuguesa, e “a demonstração que as coisas circulam”.

Cerca de 373 milhões de eleitores europeus são chamados a votar para o Parlamento Europeu entre 06 e 09 de junho. Em Portugal, votação é no dia 09.

Serão escolhidos 720 eurodeputados, 21 dos quais portugueses.

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