A edição de 2024 do festival DME vai celebrar os 80 anos da música eletroacústica, destacando a primeira peça de música eletroacústica para fita magnética a solo.
No dia 4 de dezembro conta com a integração do projeto Oboé+ que promoveu a escrita de inúmeras novas obras para oboé e eletrónica com a encomenda de obras a compositores, estreadas agora por Tiago Coimbra, com apresentações em diversos espaços culturais pelo país, nomeadamente Castelo Branco, Seia e Lisboa.
Para comemorar os 80 anos da música electroacústica, o Projecto DME organiza concertos, residências artísticas e competições para jovens compositores entre 4 a 7 de dezembro de 2024.
Compositores como Cândido Lima, António Chagas Rosa, Jaime Reis, Mariana Vieira e Ruben Borges, e simultaneamente, quatro alunos de composição da Escola Superior de Música de Lisboa (Cristóvão Almeida, Fábio Chicotio, Marta Domingues e Tiago Jesus) foram convidados a criar obras em colaboração com os alunos da classe de oboé de Tiago Coimbra da Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco.
Já dia cinco de dezembro, decorre o concurso Nano Músicos Eletroacústicos, destinado a jovens que frequentem o Ensino Artístico Especializado e o Ensino Superior na área da Música, em Portugal. Este dedica-se a peças de instrumento solo e eletrónica.
O projeto procura fomentar um contacto pedagógico com a música mista e eletroacústica. Num contexto em que o ensino desta prática é escasso, o concurso prende-se como um incentivo a jovens músicos a explorarem esta música, desenvolvendo o conhecimento de técnicas de composição, sensibilizando-os para um mundo de repertório contemporâneo vasto e inovador.
Os finalistas deste ano na categoria de ensino superior terão a oportunidade de ver a sua peça estreada pelo saxofonista Henrique Portovedo no concerto integrado no Festival DME.
Esta é a 13ª edição do Concurso Nano Músicos Eletroacústicos, a decorrer no Conservatório de Música de Seia – Collegium Musicum em dezembro de 2024. O concurso conta com o apoio da Câmara Municipal de Seia, da Ableton e da Arpejo Editora.
De dois a seis de dezembro irá decorrer, ainda, a Residência Artística & Concerto por Inês e Carlos Lopes. Trata-se da continuação do projeto das residências artísticas DME, iniciado em 2013, em Seia, e em 2017, em Lisboa. Desde então, passaram nas instalações dezenas de intérpretes e compositores de países como Alemanha, Áustria, Argentina, Brasil, Bélgica, Canadá, Espanha, Estados Unidos da América, França, Grécia, Itália, Nova Zelândia, Peru, Suécia, entre outros.
Na presente configuração, o programa de residências artísticas tem como eixo fundamental a colaboração entre intérpretes e compositores. Neste caso, a pianista Inês Lopes e o compositor Carlos Lopes estarão a preparar um espetáculo a partir do conceito de Anamorfose que, no âmbito da criação musical, pode ser entendida como uma ferramenta para trabalhar material composicional já existente de outro pronto de vista, distorcendo-o, (de)formando-o e reaproveitando-o.
A sete de dezembro, entrará a orquestra eletroacústica, esta que é uma iniciativa do Projeto DME em colaboração com a Orquestra Sinfónica de Gouveia que procura criar ligações entre o passado musical ocidental e o seu presente, questionando o que obras de períodos tão distintos têm em comum e o que as separa.
O programa gira em torno de obras concertantes, que contarão com as solistas Ana Telles no piano e Beatriz Costa no violino, de períodos distintos. Adicionalmente, será apresentada a obra “Connotations”, para orquestra de cordas e eletrónica, do compositor Panayiotis Kokoras, que irá transportar o público para um mundo novo, repleto de associações entre as numerosas possibilidades tímbricas dos instrumentos de corda e paisagens sonoras que incluem gravações de comboios, pássaros, vento ou buzinas.