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Descarrilamento na Índia provocou quase 300 vítimas mortais

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Um acidente ferroviário no leste da Índia, que envolveu na sexta-feira dois comboios de passageiros, fez pelo menos 280 mortos e cerca de 900 feridos, de acordo com o mais recente balanço das autoridades.

Pelo menos 280 corpos foram recuperados entre a noite de sexta-feira e a manhã de hoje, disse à agência de notícias Associated Press (AP) o responsável dos bombeiros do estado de Odisha.

Sudhanshu Sarangi notou ainda que mais de 800 passageiros feridos, muitos deles em estado crítico, foram transferidos para vários hospitais.

Um responsável do estado de Odisha, P.K. Jena, já tinha avançado que, pelo menos, 900 pessoas ficaram feridas na sequência do acidente.

As equipas de resgate continuam a tentar aceder aos vagões destruídos à procura de passageiros que tenham ficado presos. De acordo com Sarangi, as hipóteses de encontrarem sobreviventes são reduzidas.

“Por volta das 22:00 locais, conseguimos resgatar os sobreviventes. Depois disso, tratou-se de recolher os cadáveres”, disse. 

“Isto é muito, muito trágico. Nunca vi nada assim na minha carreira”, acrescentou.

O acidente, de acordo com o relato das agências internacionais de notícias, ocorreu às 19:20 locais, perto de uma estação na localidade de Bahanaga, a 1.600 quilómetros a nordeste da capital Nova Deli.

Imagens transmitidas pelas estações televisivas mostram carruagens completamente destruídas e amontoados de metal no local da tragédia.

Dez a 12 vagões de um comboio descarrilaram e os destroços de alguns dos vagões caíram num trilho próximo, explicou o porta-voz da Indian Railways, Amitabh Sharma. Esses destroços, acrescentou o responsável, foram, por sua vez, atingidos por um outro comboio de passageiros, que viajava na direção oposta.

A agência de notícias Press Trust of India avançou que um terceiro comboio de carga estaria envolvido no acidente, mas as autoridades indianas ainda não confirmaram a informação.

De acordo com as autoridades, 1.200 socorristas trabalharam durante toda a noite, apoiados por 115 ambulâncias, 50 autocarros e 45 unidades móveis médicas.

Um dos sobreviventes contou aos jornalistas que estava a dormir quando ocorreu o desastre e que, quando acordou, estava por cima de uma dúzia de outros passageiros.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, manifestou através das redes sociais estar “angustiado” com a tragédia.

O ministro das Ferrovias, Ashwini Vaishnaw garantiu que “a Força Aérea” está “mobilizada”.

A Índia registou no passado outros desastres ferroviários, embora a segurança tenha melhorado significativamente nos últimos anos, graças a novos investimentos maciços e atualizações tecnológicas.

Este país tem a quarta maior rede ferroviária, a seguir aos Estados Unidos, Rússia e China, com cerca de 68 mil quilómetros, mais de 21 mil comboios e 7.349 estações, transportando diariamente 23 milhões de passageiros.

O acidente ferroviário mais mortal na Índia ocorreu em 06 de junho de 1981 quando, no Estado de Bihar (leste), sete carruagens de um comboio que atravessava uma ponte caíram num rio, o que causou entre 800 e 1.000 mortos.

O acidente de sexta-feira é o pior ocorrido em caminhos-de-ferro da Índia desde que um comboio abalroou fiéis reunidos num festival hindu no Estado de Punjab, no norte, em 19 de outubro de 2018, resultando em 60 mortos e 90 feridos.

Desde o início do século, treze acidentes ferroviários, incluindo pelo menos três causados por ataques, fizeram cada um mais de 50 mortes.

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