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Democracia foi palavra de ordem no Congresso Ibero-Americano de Cultura

© Congresso Ibero-Americano de Cultura

A democratização da Cultura e o problema da exclusão da fruição cultural foram dois dos desafios apontados esta quarta-feira, em Lisboa, na abertura no Congresso Ibero-Americano de Cultura.

Este é o oitavo congresso que reúne em Lisboa, sob o lema “Cultura, Cidadania e Cooperação”, dezenas de personalidades ligadas à cultura ao nível institucional, político e académico, de 22 países da região ibero-americana.

Na abertura oficial, o secretário da Organização de Estados Ibero-Americanos (OEI), Mariano Jabonero, sublinhou que a “Ibero-América tem um imenso potencial criativo” e elogiou “o valor estratégico” na economia.

Afirmando que o congresso deve refletir “as políticas públicas dos países envolvidos”, o secretário-geral da OEI alertou que “há desigualdades e assimetrias no acesso à cultura” e que “há um problema de inclusão” que tem de ser abordado.

Na mesma sessão de abertura, que contou com uma mensagem em vídeo de boas-vindas do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, também esteve presente o ministro português da Cultura, Pedro Adão e Silva.

Citando o músico Gilberto Gil, para quem “a cultura é ordinária, é feijão com arroz, uma necessidade básica”, Pedro Adão e Silva disse que o congresso, que decorrerá até sexta-feira no Centro Cultural de Belém, “é atravessado por esta ideia de que a Cultura é essencial, deve estar na mesa de todos”.

Sublinhando a diversidade da Cultura entre todos os países que compõem a comunidade ibero-americana, o ministro da Cultura disse ainda que “a renovação da vida cultural da sociedade portuguesa deve bastante à presença de artistas latino-americanos na sociedade”.

“A riqueza de um país radica na sua diversidade interna e não na sua homogeneidade”, afirmou.

Pedro Adão e Silva também evocou o escritor José Saramago, Nobel da Literatura – e cuja celebração do centenário do nascimento está a terminar -, por ter “uma enorme presença no universo da América Latina”.

“Temos muito a aprender com esse trânsito da figura de Saramago e da literatura entre as duas línguas e entre os dois continentes”, disse Pedro Adão e Silva.

Andrés Allamand, secretário-geral ibero-americano (SEGIB), recordou que os congressos ibero-americanos já realizados têm servido para consolidar a Ibero-América como uma “potência cultural” assente na diversidade.

“Há um conceito que ajuda a explicar a nossa identidade: a valiosa mestiçagem. (…) A Ibero-América é uma e várias ao mesmo tempo. É uma amálgama”, disse.

O oitavo congresso ibero-americano de Cultura, que contou hoje com um encontro informal de ministros e representantes ministeriais de 22 países, é organizado pelo Ministério da Cultura de Portugal, pelo Instituto Camões, pela Secretaria Geral Ibero-Americana (SEGIB) e pela Organização de Estados Ibero-Americanos (OEI).

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