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Davos 2025: o início da Era Inteligente 

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O Fórum Económico Mundial de 2025 (WEF) volta a Davos com o tema central “Colaboração para a Era Inteligente”, explorando como a sociedade global pode aproveitar o rápido desenvolvimento tecnológico de forma equilibrada e sustentável. Em tempos marcados pela inteligência artificial (IA), computação quântica e blockchain, a Era Inteligente promete avanços revolucionários, mas também desafios monumentais. Será possível aliar inovação tecnológica à coesão social e sustentabilidade global? Este é o dilema que guiará os debates em Davos.

Reconstruir a confiança

O tema da confiança ecoa como um subtexto recorrente. Após anos de polarização política, desinformação digital e desigualdades crescentes, reconstruir a confiança entre indivíduos, instituições e países tornou-se vital. Mas como quebrar o ciclo de fragmentação numa era onde as fronteiras digitais obscurecem os laços sociais?

Reimaginar o crescimento

O crescimento económico na Era Inteligente requer uma redefinição de prioridades. Inovação e resiliência estão no centro da recuperação global, mas também de um futuro mais equilibrado. O espaço é um setor promissor, com um mercado global projetado para atingir 1,8 biliões de dólares até 2035. Exemplos concretos, como o uso da tecnologia espacial para expandir o acesso à internet no Peru ou melhorar a gestão de crises na Ucrânia, ilustram o potencial.

Outros setores, como saúde, demonstram como a IA e bases de dados integradas podem transformar cuidados, promovendo qualidade e eficiência. 

Investir nas pessoas

A Era Inteligente exige mais do que apenas avanços tecnológicos: exige transformação humana. Em Davos, a formação contínua e a adaptação da força de trabalho estarão no centro das atenções. Com 85% das empresas a planear requalificar trabalhadores e 70% a procurar novas competências, o foco desloca-se para investimentos estruturados em capital humano.

Parcerias entre governos, empresas e academia serão essenciais para criar redes de segurança para trabalhadores deslocados, alinhar competências às necessidades do mercado e fomentar liderança adaptativa. A economia do cuidado, muitas vezes ignorada, apresenta também uma oportunidade significativa de inclusão, ao mesmo tempo que gera crescimento económico.

Proteger o planeta

O combate às alterações climáticas ocupa, inevitavelmente, uma posição central. A “trilema da energia” – equilibrar acessibilidade, segurança e sustentabilidade – desafia os líderes a encontrarem soluções colaborativas. Exemplos de sucesso, como as políticas ambientais de Pequim, que reduziram a poluição e estimularam a inovação tecnológica, ou a restauração da biodiversidade urbana em São Francisco, demonstram que ação climática pode ser aliada ao desenvolvimento económico e social.

No entanto, o progresso exigirá parcerias globais robustas, regulamentação eficaz e financiamento para países em desenvolvimento. O espaço também entra na equação, com tecnologia espacial a desempenhar um papel crucial na proteção de ecossistemas e no avanço da sustentabilidade.

Indústrias na Era Inteligente

Para prosperar, as indústrias precisam de alinhar metas de curto prazo com imperativos de longo prazo. Em vez de reações retroativas a problemas como a adoção da IA ou a crise climática, é necessário implementar estratégias sustentáveis e colaborativas desde o início. Regulações globais, como as normas de responsabilidade alargada do produtor, podem fomentar práticas sustentáveis.

As empresas devem adotar partilha de dados, financiamento ético e inovação colaborativa para se adaptarem. Falhar nesta transformação pode levar ao colapso de modelos tradicionais, mas abraçar estas mudanças pode posicionar o mundo numa trajetória resiliente e saudável.

Conclusão: uma era de paradoxos

A Era Inteligente, com todo o seu potencial, apresenta paradoxos intrigantes: inovação versus exclusão, crescimento versus sustentabilidade. Em Davos, a questão central não será apenas o que o futuro reserva, mas como podemos garantir que este futuro seja verdadeiramente inclusivo e sustentável. Entre a promessa de avanços e o receio de desigualdades crescentes, a colaboração global será o pilar de um progresso significativo. Resta saber se os líderes em Davos sairão com ações concretas ou apenas com mais frases de efeito para decorar relatórios anuais.

Rui Duarte

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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